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Processo de impeachment contra Trump chega ao Senado dos EUA

O presidente americano Donald Trump na Casa Branca, com o vice Mike Pence ao fundo - Brendan Smialowski/AFP
O presidente americano Donald Trump na Casa Branca, com o vice Mike Pence ao fundo Imagem: Brendan Smialowski/AFP

16/01/2020 11h44

Washington, 15 jan (EFE) — O Senado dos Estados Unidos recebeu formalmente nesta quarta-feira o processo de impeachment contra o presidente do país, Donald Trump, passo necessário para o julgamento marcado para começar na próxima terça-feira.

Os "promotores" do impeachment, recém-nomeados pela presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, entregaram as acusações contra Trump ao Senado, depois de uma coreografada procissão pelos corredores do Capitólio.

O líder da maioria republicana do Senado, Mitch McConnell, anunciou que tinha decidido convocar os "promotores" escolhidos pela Câmara de Representantes para encenar a entrega formal do processo amanhã.

Depois, McConnell convocará o presidente da Suprema Corte, John Roberts, que chefiará o Senado temporariamente substituindo o vice-presidente do país, Mike Pence, enquanto durar o processo de impeachment.

Roberts será empossado em cerimônia com a presença dos 100 senadores, que serão responsáveis por julgar se Trump continua ou não no cargo. Na sequência, a Casa Branca será notificada que as acusações chegaram formalmente ao Senado.

"O julgamento começará na terça-feira, quando os senadores voltarem ao trabalho depois das comemorações pelo aniversário de nascimento de Martin Luther King", disse McConnell.

Antes de enviar o processo, formalmente conhecido como artigos para o impeachment, Pelosi assinou o documento com várias canetas, distribuídas por ela aos presentes à cerimônia solene realizada na Câmara de Representantes.

"Hoje fazemos história quando os 'promotores' percorrerem os corredores (do Capitólio) e chegarem ao Senado. (...) Este presidente prestará contas. Ninguém está acima da lei", afirmou a líder da oposição democrata.

Trump será acusado de abuso de poder e obstrução ao Congresso. O caso começou depois de um delator anônimo revelar que ele pressionou o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelenski, a abrir uma investigação contra Joe Biden, ex-vice-presidente dos EUA e um possível oponente de Trump nas eleições de novembro deste ano.

Segundo a oposição democrata, Trump teria exigido a abertura de um processo contra Hunter Biden, filho do ex-vice-presidente, para repassar US$ 400 milhões em ajuda à Ucrânia e aceitar uma reunião com Zelenski na Casa Branca.

É pouco provável que os democratas consigam os votos necessários para afastar Trump do poder, já que o Senado é controlado pelos republicanos e nenhum deles parece disposto a aprovar o impeachment do presidente americano.