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Positivos para covid-19 na Itália podem ser até 20 vezes mais, diz estudo

Da EFE, em Roma

30/04/2020 16h28

O número de positivos para o novo coronavírus na Itália, que segundo dados oficiais ultrapassam 200 mil, "é 10 ou 20 vezes superior", explicou nesta quinta-feira Stefano Merler, da Fundação Bruno Kessler, que, juntamente com o Instituto Superior de Saúde (ISS), elaborou o documento epidemiológico em que o governo baseou sua proposta no relaxamento do confinamento a partir do dia 4 de maio.

"Atualmente, entre 3% e 4% da população pode estar infectada, ou seja, 4 milhões de pessoas, então os positivos capazes de transmitir a infecção devem ser multiplicados por 10 ou 20. Estamos falando de números muito mais altos", explicou Merler, durante entrevista coletiva semanal realizada pelo ISS.

Ele também indicou que as pessoas com o coronavírus, mas sem sintomas, podem estar entre 4% e 7% da população.

Este estudo ajudou o governo a desenvolver um plano de relaxamento do confinamento que terá início a partir da próxima segunda-feira com a abertura apenas de atividades industriais, para que cerca de 4,5 milhões de pessoas retornem ao trabalho, enquanto o movimento de transeuntes e a reabertura de lojas, restaurantes e serviços, como salões de beleza, continuam fechados.

Devido às considerações deste relatório, foi decretado que as escolas fossem fechadas permanentemente até o próximo ano letivo, em setembro.

Segundo Merler, com a abertura das escolas, a "taxa R", termo epidemiológico que se refere ao número de pessoas que um paciente infecta, passaria do atual, que é menor que 1% em todas as regiões, para 1,3%.

"A curva da epidemia Covid-19 continua diminuindo substancialmente no número de sintomas e casos em todas as regiões", explicou o presidente do ISS, Silvio Brusaferro.

No entanto, ele alertou que é necessário saber que "ainda estamos no meio da epidemia e que o vírus está circulando mesmo que os casos e pacientes em terapia intensiva estejam diminuindo".

Ele explicou que a Itália ainda está "muito longe" da chamada "imunidade de grupo", que geralmente ocorre quando cerca de 60% da população é afetada.

O ISS calculou ainda que das mais de 27 mil mortes no país, "84% tinham mais de duas ou três doenças".

Também explicou que crianças menores de 15 anos "são 66% menos suscetíveis" a contrair o vírus do que adultos entre 15 e 65 anos, enquanto os "adultos acima de 65 anos são 47% mais suscetíveis que pessoas entre 15 e 64 anos".