Volta de pessoas que estavam no Brasil faz propagar coronavírus no Paraguai
O ministro assessor do Conselho Nacional da Defesa do Paraguai, Federico González, informou nesta terça-feira que 85% das 2.810 países que retornaram ao país por causa da pandemia de Covid-19 estavam no Brasil e o grupo fez com que aumentasse o número de casos de coronavírus em território paraguaio.
Segundo González, todos os que voltaram do Brasil, onde há mais de 115 mil notificações de infecção, o fizerem através da Ponte da Amizade, que separa a Ciudad del Este de Foz do Iguaçu.
No lado paraguaio, cerca de 180 pessoas por dia fazem fila em frente à cerca de segurança para voltar ao Paraguai. "Todos aqueles que chegaram à ponte entraram com muito esforço", declarou o ministério.
O governo do presidente Mario Abdo Benítez enfocou esta semana o fortalecimento das medidas de controle na área devido ao aumento de casos positivos ligados a pessoas que vivem em cidades brasileiras.
Todos os 16 casos notificados no Paraguai nesta terça, de um total de 458 testes processados nas últimas 24 horas, pertencem a tal grupo, segundo dados oficiais, o que coloca o número de infecções em 431. Até agora, houve dez mortes por Covid-19 no país.
Abdo Benitez foi a Ciudad del Este, a segunda maior cidade paraguaia nesta segunda-feira para verificar as medidas de controle. Hoje, as autoridades sanitárias fizeram o mesmo para avaliar as condições dos abrigos.
Um jovem de 22 anos fugiu de um desses lugares nesta manhã e está sendo procurado pela polícia e pelo Ministério Público por violação das medidas de isolamento, segundo González.
Desde 23 de março, os paraguaios que retornaram do exterior estão alojados em 42 abrigos instalados em diferentes partes do país, em meio a outras medidas tomadas, como o fechamento de fronteiras e a restrição à circulação de veículos e pessoas.
O ministro disse que o retorno massivo de paraguaios do Brasil e, em menor grau, dos Estados Unidos e da Argentina, se tornou uma tarefa complexa para o governo. Ele detalhou que alguns espaços fecharam suas portas por causa de danos às suas instalações, e outros desistiram por medo da reação dos moradores.
"Temos sido superados em termos do número de pessoas que entraram ou que querem entrar. Conseguir mais abrigos está se tornando mais difícil por vários motivos, incluindo o medo que o vírus gera na população", comentou.
González revelou ainda que muitos donos de propriedades particulares retiraram a oferta inicial porque as pessoas em suas comunidades se opõem à entrada dos compatriotas.
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