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Neonazista confessa ter matado político do partido de Merkel na Alemanha

O político conservador Walter Lübcke foi encontrado na varanda de seu chalé com um disparo na cabeça - Reuters
O político conservador Walter Lübcke foi encontrado na varanda de seu chalé com um disparo na cabeça Imagem: Reuters

Da EFE, em Berlim

05/08/2020 16h40

Um homem de 46 anos, ligado a grupos de neonazistas, confessou nesta quarta-feira ter matado no ano passado Walter Lübcke, ex-presidente da região administrativa de Kassel, no centro da Alemanha, e integrante do partido União Democrata-Cristã (CDU), também da chanceler do país, Angela Merkel.

Stephan Ernst admitiu, em julgamento realizado no tribunal de Frankfurt, ter sido o autor do disparo que matou o político, no dia 1º de julho de 2019. A vítima foi assassinada dentro da própria casa.

O réu pediu desculpas para a família de Lübcke, sobre o que classificou como um "erro indescritível", que foi cometido por impulso de "falsas ideologias".

"O que fizemos, não tem e não terá desculpas", afirmou Ernst, que apontou a participação de outro réu, identificado como Markus H., que está sendo acusado como cúmplice e como o responsável por fornecer a arma do crime ao autor.

Lübcke era um político local que havia se destacado pela defesa da acolhida de refugiados, enquanto cresciam as críticas, mesmo entre aliados conservadores de Merkel, a fechar as fronteiras do país durante a crise migratória de 2015.

A morte do ex-presidente da região administrativa de Kassel gerou um alerta sobre a violência dos grupos de extrema-direita, em ano que havia crescido em 20% o número de crimes com motivação política na Alemanha.

Ernst é acusado de ir até a casa de Lübcke com o propósito de assassiná-lo e de ter cometido o crime à queima-roupa, após reconhecer o político da CDU sentado na varanda.

O autor confesso e o suposto cúmplice, em outubro de 2015, participaram de um ato em que a vítima defendeu a linha de Merkel sobre o acolhimento de refugiados, segundo o Ministério Público local. A partir disso, Lübcke sofreu diversas ameaças até ser morto.