Comissão eleitoral de Belarus confirma vitória do presidente Lukashenko
A CEC (Comissão Eleitoral Central) confirmou oficialmente hoje a vitória do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, ao anunciar os resultados finais das eleições presidenciais do último domingo, apesar das acusações de fraude por parte da oposição.
Lukashenko, no poder desde 1994, obteve 80,1% dos votos, enquanto a candidata da oposição unificada, Sviatlana Tsikhanouskaya, teve 10,12%, segundo a CEC.
De acordo com esses resultados, Lukashenko poderá exercer um sexto mandato presidencial, embora nem a oposição, nem parte da população, nem os Ministérios das Relações Exteriores do Ocidente tenham reconhecido sua vitória.
Por outro lado, os presidentes russos, Vladimir Putin, e o chinês Xi Jinping, parabenizaram Lukashenko por sua vitória.
Lukashenko rejeitou o pedido da oposição de renunciar ao poder "voluntariamente" e, diante da eclosão de protestos contra o governo, vinculou-os à interferência externa.
Na última segunda-feira, Tsikhanouskaya contestou os resultados perante a CEC, e hoje, em sua primeira declaração desde que foi para o exílio na Lituânia, rejeitou o triunfo de Alexander Lukashenko.
"Os bielorrussos nunca mais vão querer viver sob o antigo poder. A maioria não acredita na vitória (de Lukashenko)", disse a opositora em uma mensagem de vídeo.
Sviatlana Tsikhanouskaya acrescentou que nos colégios eleitorais onde a contagem de votos era "justa", ela obteve entre 60% e 70% dos votos.
Além disso, pediu o fim da violência contra o povo de Belarus, mas a continuação dos protestos pacíficos contra o regime de Lukashenko, considerado por muitos anos como o último ditador do continente.
As autoridades reconheceram que ontem foi o dia mais calmo e pacífico dos protestos desde seu início no domingo, quando cerca de 7 mil pessoas foram presas.
Diante da pressão internacional e dos relatos de abusos e tortura, as forças de segurança já libertaram mais de 2 mil pessoas nas últimas horas.
A oposição, que apelou à comunidade internacional para reconhecer Sviatlana Tsikhanouskaya como presidente legítima, deu a Lukashenko até 15 de setembro para convocar novas eleições presidenciais.
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