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Em ato de campanha, Trump insinua que teme perder eleição para Biden

O presidente dos Estados Unidos deu a entender o medo de perder a disputa pela Casa Branca contra o democrata Joe Biden - Reprodução/Twitter
O presidente dos Estados Unidos deu a entender o medo de perder a disputa pela Casa Branca contra o democrata Joe Biden Imagem: Reprodução/Twitter

Em Washington

16/10/2020 13h38

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu a entender ontem, durante um ato de campanha na Carolina do Norte, o medo de perder a disputa pela Casa Branca contra o democrata Joe Biden nas eleições de 3 de novembro, ao declarar, pela segunda vez em uma semana, que ficaria "envergonhado" se isso acontecesse.

Trump, que iniciou ontem, na cidade de Greenville, uma turnê de atos eleitorais de três dias, durante a qual passará por seis estados-chave, reconheceu que sente muita "pressão" para ganhar, em um momento em que as pesquisas de intenção de voto dão a Biden uma vantagem de cerca de 10 pontos percentuais, em âmbito nacional.

"Como é possível perder para um cara como esse?", questionou Trump durante o comício em Greenville, após descrever seu rival como o "pior candidato" à presidência da história do país.

"Se eu perder, vou sofrer uma pressão muito maior. Eu gostaria que ele fosse bom, assim a pressão seria menor", acrescentou o republicano, que, ansioso para encontrar seus eleitores após se recuperar da covid-19, participará, até o próximo sábado, de outros eventos na Flórida e em Georgia, Nevada, Michigan e Wisconsin.

Nesta terça-feira, durante um ato na Pensilvânia, Trump também ironizou a ideia de perder para Biden, e prometeu que "nunca mais" pisaria naquele estado novamente se isso acontecesse.

Segundo o jornal "The New York Times", o presidente também teve conversas privadas com alguns de seus aliados, nas quais teria confessado que tem medo de perder, principalmente para Biden, que é um candidato que Trump não respeita.

De acordo com as pesquisas, as perspectivas para o republicano são ruins, já que ele aparece atrás de Biden nos três estados que lhe deram a vitória em 2016 - Pensilvânia, Michigan e Wisconsin -, e empatou com o democrata em outros territórios que ele havia conquistado facilmente quatro anos atrás. como Ohio e Arizona.

Mesmo assim, o chefe de Estado minimizou nesta quinta-feira as pesquisas que mostram que está em segundo lugar, e afirmou que leva vantagem "em todos os lugares onde as pessoas são inteligentes".

Horas antes de estrelar um encontro com eleitores, organizado pela emissora "NBC News", Trump atacou o canal de televisão.

"Prepararam uma armadilha para nós esta noite. Se você quiser se divertir um pouco, pode assistir", disse o presidente durante o comício em Greenvile.

Trump garantiu que a "NBC" é "a pior" e usou a palavra "encantadora" para se referir de forma sarcástica à apresentadora Savannah Guthrie.

Ele também insistiu em que só aceitou o convite da emissora porque queria saber se seria tratado da mesma forma que Biden, que também participou de um evento semelhante da NBC.

"(Quando eles me chamaram) pensei: que diabos? Eles estão nos oferecendo uma hora grátis na televisão", disse Trump.

A "NBC" recebeu críticas por exibir o ato de Trump ao mesmo tempo em foi ao ar um encontro com eleitores protagonizado por Biden na rede "ABC", mas se defendeu afirmando que está tentando ser "justa" e dar a mesma oportunidade ao dois candidatos.

O segundo debate entre Trump e Biden estava programado para ontem, mas acabou sendo cancelado depois que o presidente se recusou a participar de forma virtual, condição imposta pelos organizadores depois que o mandatário foi diagnosticado com covid-19.