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Uganda bloqueia redes sociais 48 horas antes das eleições gerais

Uganda bloqueia redes sociais 48 horas antes das eleições gerais - iStock/Getty
Uganda bloqueia redes sociais 48 horas antes das eleições gerais Imagem: iStock/Getty

12/01/2021 16h50

O governo de Uganda ordenou nesta terça-feira que todos os provedores de internet, 48 horas antes das eleições gerais que serão realizadas na quinta-feira, bloqueiem o acesso às redes sociais e aos aplicativos de mensagem instantânea mais populares, como Facebook, Whatsapp e Twitter, até novo aviso.

A diretora executiva da Comissão de Comunicações de Uganda (UCC, na sigla em inglês), Irene Kaggwa Sewankambo, fez o pedido em carta vazada pela imprensa.

Embora o porta-voz da UCC não tenha atendido as ligações da Agência Efe para confirmar a autenticidade da carta, usuários de todo o país reportaram interrupções constantes na conexão desde a manhã.

Em um país onde 80% da população tem menos de 30 anos e menos de 40% agora são usuários ativos da internet, as redes sociais tinham um peso considerável para a expandir a popularidade do principal opositor, o músico Bobi Wine.

Com 38 anos, metade do atual presidente (Yoweri Museveni, de 76), músicas populares e discursos transgressores, Wine prometeu aos milhões de seguidores uma "Uganda nova e livre onde qualquer um pode estar em desacordo com quem estiver no poder".

Museveni, no poder desde 1986 e em busca da sexta reeleição, descreve o opositor e seus apoiadores como "agentes do caos" que precisam ser combatidos.

As autoridades ugandesas, que disponibilizaram mais de 34 mil centros de votação em todo o país, prometeram agir com firmeza contra os "desordeiros", motivo pelo que muitos temem que as eleições sejam prejudicadas por surtos de violência.

Pelo menos 54 pessoas foram mortas em meados de novembro na capital, Kampala, e em outras cidades ugandesas, quando a polícia dispersou a tiros os protestos em massa contra a detenção de Wine.