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Chanceler de Mianmar viaja à Tailândia, na 1ª visita ao exterior após golpe

Manifestantes protestam contra golpe em Mianmar em ato em Yangon - Ye Aung Thu/AFP
Manifestantes protestam contra golpe em Mianmar em ato em Yangon Imagem: Ye Aung Thu/AFP

EFE

24/02/2021 23h04

O ministro das Relações Exteriores da junta militar de Mianmar, Wunna Maung Lwin, viajou a Bangcoc nesta quarta-feira, naquela que é a primeira viagem de um membro do novo governo ao exterior após o golpe de Estado do dia 1º deste mês.

Um representante das Forças Aéreas da Tailândia, que pediu para não ser identificado, confirmou à Agência Efe que o ministro chegou a uma base aérea ao norte de Bangcoc após às 12h (hora local).

O primeiro-ministro da Tailândia, Prayut Chan-ocha, não quis confirmar se esteve com o chanceler ou que ele está no país, mas também não negou.

"Alguns assuntos devem ser confidenciais. É um assunto do Ministério das Relações Exteriores. Como vizinhos, devemos ouvir uns aos outros em favor da estabilidade. Isso é tudo", disse, de forma enigmática.

Wunna Maung Lwin foi nomeado pelos militares como ministro das Relações Exteriores, substituindo Aung San Suu Kyi, que também era conselheira de Estado e está em prisão domiciliar desde o golpe.

A visita do ministro de Mianmar coincide com a ida a Bangkok do chanceler da Indonésia, Retno Marsudi, como parte de suas tentativas de pressionar por uma resposta regional ao golpe.

Depois de ter sido publicado que o chanceler planejava viajar para Mianmar amanhã, um porta-voz do ministério disse que "depois de levar em conta a situação atual e após consultas com outros países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), este não é o momento ideal".

Pelo segundo dia consecutivo, centenas de pessoas protestaram em frente à embaixada da Indonésia em Rangun, a antiga capital de Mianmar, pedindo que a nova junta militar não seja reconhecida como um governo legítimo.

Enquanto os protestos continuam em todo o país contra a junta militar, a condenação dos países ocidentais e da ONU tem sido enfática e generalizada.

Até agora, Indonésia, Malásia e Singapura são os países da Asean que mais criticaram o golpe em Mianmar, embora outros membros, como Filipinas, Camboja ou Tailândia, tenham optado por não fazer nenhuma crítica.