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Protestos violentos em Cuba serão tema de reunião de chanceleres da UE

Os protestos anti-governo, amplamente divulgados nas redes sociais, começaram de forma espontânea pela manhã, um fato incomum em Cuba - YAMIL LAGE / AFP
Os protestos anti-governo, amplamente divulgados nas redes sociais, começaram de forma espontânea pela manhã, um fato incomum em Cuba Imagem: YAMIL LAGE / AFP

12/07/2021 15h37Atualizada em 12/07/2021 16h08

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) vão falar nesta segunda-feira sobre a situação em Cuba após protestos liderados por milhares de pessoas no domingo, que resultaram em centenas de detidos e confrontos com apoiadores do presidente Miguel Díaz-Canel.

O anúncio foi feito pelo alto representante para a Política Externa da UE, Josep Borrell, em declarações à imprensa em sua chegada à reunião presencial em Bruxelas.

"Sabemos que estão ocorrendo importantes manifestações em Cuba e em outras partes do mundo em decorrência de cortes nos sistemas de comunicação. Certamente faremos comentários sobre o assunto", informou à imprensa o chefe da diplomacia europeia.

Questionado sobre se colocaria o assunto sobre a mesa, respondeu: "Haverá um representante da Espanha, nem sempre os países são representados por um ministro", disse ele, referindo-se ao embaixador espanhol nas instituições europeias, Pablo García-Berdoy.

O embaixador chefia a delegação espanhola ao Conselho das Relações Exteriores após a remodelação governamental no dia anterior em que a diplomacia europeia passou para as mãos de José Manuel Albares, que hoje assume o novo cargo.

Milhares de cubanos saíram às ruas ontem em várias cidades do país para protestar contra o governo gritando "liberdade!", em um dia sem precedentes que resultou em centenas de prisões e confrontos após o presidente Díaz-Canel ordenar a presença de seus apoiadores nas ruas para confrontar os manifestantes.

Díaz-Canel pediu a seus partidários a tomarem as ruas, prontos para o "combate" em resposta aos protestos.

O governo dos Estados Unidos manifestou-se "muito preocupado" com os apelos ao "combate" do mandatário cubano e o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, manifestou a sua condenação ao "regime ditatorial" de Cuba.

Por sua vez, os líderes exilados, agrupados na Assembleia da Resistência Cubana, afirmaram que a saída do regime de Castro "não é negociável" e pediram ao povo cubano que continue nas ruas porque é a única forma de alcançar seu objetivo.