Talibãs completam governo do Afeganistão e seguem sem nomear mulheres
Os talibãs nomearam nesta terça-feira o restante dos integrantes do novo governo do Afeganistão, com quase 20 ministros e vice-ministros, provenientes de diferentes comunidades étnicas e minorias, no entanto, sem a presença de mulheres.
A maioria das indicações aconteceram "com base no profissionalismo e mérito, fortalecendo ainda mais os recursos humanos do Emirado Islâmico", afirmou o vice-ministro de Comunicações e porta-voz do grupo fundamentalista, Zabihullah Mujahid, em entrevista coletiva.
Apesar de manifestar em diversas oportunidades que se tratava de uma gestão inclusiva, entre os novos integrantes há poucos representantes de etnias não pashtuns, que é majoritária entre os talibãs, e de outras minorias, além da ausência de mulheres.
De origem tadjique, são o novo ministro do Comércio, Haji Noor Uddin, além dos vice-ministros da pasta, Haji Muhammad Bashir e Haji Azim Sultan. Já o médico Muhammad Hassan Ghyasi, vice-ministro de Saúde Pública, pertence a etnia hazara, minoria que sofreu diversos ataques no território afegão nos últimos anos.
Entre as 21 pastas existentes no novo governo, além do novo ministro do governo, também foi anunciado hoje que Qalandar Ebad, que é pashtun, subsitui Wahid Majrooh como novo titular da Saúde Pública.
Este era o único ministro que havia sido mantido do governo anterior, presidido por Ashraf Ghani, que fugiu em 15 de agosto para os Emirados Árabes, após a tomada de Cabul pelos talibãs.
Entre os integrantes dos talibãs que passaram a ocupar novos cargos a partir desta terça-feira está Nazar Muhammad Mutmaeen, que passará a presidir o Comitê Olímpico Afegão.
Em 7 de setembro, o grupo fundamentalista havia anunciado os primeiros integrantes da cúpula do governo, entre eles, o mulá Hassan Akhund, nomeado como primeiro-ministro.
Busca por reconhecimento
Ao considerar que foi apresentado uma gestão mais "inclusiva", os talibãs esperam receber rapidamente o reconhecimento da comunidade internacional, que continua cobrando garantias de segurança, além do respeito aos direitos e liberdades individuais.
"Nosso governo garantiu segurança e está no controle de todo o país. Foram cumpridos todos os requisitos para o reconhecimento de um Estado, agora, a responsabilidade é da comunidade internacional de nos reconhecer oficialmente", afirmou Mujahid.
A falta de reconhecimento mantém o Afeganistão e os talibãs isolados geopoliticamente, mas também sem recursos financeiros, com o congelamento dos fundos internacionais que o país dispunha.
Atualmente, os governos de Catar, Irã e Paquistão, além de alguns de outros países, estão oferecendo conselhos às lideranças do grupo, para que sejam reconhecidos oficialmente, segundo revelou o porta-voz.
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