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Biden e Macron decidem se reunir na Europa em outubro para reduzir tensão

22/09/2021 20h02

Washington, 22 set (EFE).- O presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron, decidiram nesta quarta-feira iniciar um processo de conversas para reduzir a tensão na relação bilateral após a polêmica sobre os submarinos.

Em comunicado conjunto após uma conversa por telefone, ambos anunciaram que ser reunirão "na Europa no final de outubro" e que o embaixador francês em Washington, Philippe Étienne, voltará ao posto na semana que vem, após ter sido chamado para consultas em Paris.

"Os dois líderes concordaram que a situação teria se beneficiado de conversas abertas entre os aliados sobre questões de interesse estratégico para a França e os nossos aliados europeus. O presidente Biden expressou o seu compromisso a respeito", disse a nota.

Biden reconheceu o descontentamento de Macron após a França ter sabido do acordo de defesa entre Estados Unidos, Austrália e Reino Unido anunciado na semana passada. Washington e Londres ajudarão os australianos a desenvolver submarinos movidos a energia nuclear.

Isso levou a Austrália a cancelar um contrato lucrativo, no valor de cerca de 56 bilhões de euros, pelo qual a França deveria entregar 12 submarinos convencionais ao país. A situação irritou o governo francês, que disse ter tomado conhecimento dos planos horas antes do anúncio oficial.

O telefonema desta quarta-feira, solicitado por Biden, foi o primeiro contato entre os dois desde que a crise diplomática eclodiu, levando o governo francês a acusar o presidente dos Estados Unidos de tomar medidas no estilo do seu antecessor, Donald Trump.

A reunião de outubro, que ainda não tem local e data definidos, terá como objetivo "alcançar entendimentos comuns e manter o ímpeto no processo" de melhora das relações.

Biden se comprometeu também a "reforçar o seu apoio às operações europeias de luta contra o terrorismo no Sahel", uma prioridade para a França, afirmou a declaração.

O mandatário americano reconheceu "a importância estratégica do envolvimento francês e europeu na região do Indo-Pacífico" e a necessidade de uma "defesa europeia mais forte e mais capaz" que seja "complementar à da OTAN", segundo o comunicado.