Topo

Esse conteúdo é antigo

EUA afirmam que Rússia pode ter até 190 mil militares perto da Ucrânia

17.fev.22 - Tanques russos partindo para a Rússia após exercícios conjuntos das forças armadas da Rússia e da Bielorrússia em um campo de tiro perto de Brest - HANDOUT/AFP
17.fev.22 - Tanques russos partindo para a Rússia após exercícios conjuntos das forças armadas da Rússia e da Bielorrússia em um campo de tiro perto de Brest Imagem: HANDOUT/AFP

18/02/2022 15h16

O embaixador dos Estados Unidos junto a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Michael Carpenter, afirmou nesta sexta-feira que a Rússia mobilizou, em torno da Ucrânia, de 169 mil a 190 mil militares.

"É a mobilização militar mais significante na Europa desde a Segunda Guerra Mundial", disse o diplomata.

Segundo Carpenter, o efetivo inclui tropas no próprio território da Rússia, em Belarus e também na península da Crimeia, anexada de forma ilegal por Moscou em 2014.

O embaixador americano apresentou os dados durante uma reunião convocado a pedido da Ucrânia na OSCE, que a Rússia decidiu não participar, como já havia acontecido na última terça-feira.

Segundo o Documento de Viena, um mecanismo de redução de risco qualquer dos países membros da organização pode pedir explicações sobre movimentos militares pouco usuais perto de suas fronteiras.

O mecanismo estipula que, no caso de uma concentração superior a 9 mil soldados, o governo em questão deve informar a OSCE. Se forem mais de 13 mil, deverão ser convidados observadores internacionais, o que a Rússia não fez até o momento.

Carpenter, por sua vez, destacou que, além das manobras militares terrestres perto da Ucrânia, o exército da Rússia tornou pública uma grande manobra naval no Mar Negro, no Mar Báltico e também no Ártico.

"Apenas no Mar Negro, o exercício envolve mais de 30 navios, e estimamos que vários barcos anfíbios de desembarque foram levados desde a frota do Norte e do Báltico ao Mar Negro, para aumentar suas forças", afirmou o embaixador.

Além disso, Carpenter confirmou a teoria que aborda a possibilidade de a Rússia criar um pretexto para justificar uma invasão à Ucrânia.

"Temos informações de múltiplas fontes, que detalham os esforços de fabricar supostas provocações ucranianas e de formar uma opinião pública para justificar uma invasão russa", afirmou o diplomata.

Carpenter recordo que estas supostas "escaladas" por parte da Ucrânia não existem, e tampouco são refletidas nos relatórios diários da missão especial de observação da OSCE, no sul da antiga república soviética.

Por fim, o diplomata americano propôs para a Rússia várias medidas para reduzir as tensões, entre elas, convidar observadores para irem às áreas com concentração de tropas, incluindo voos de verificação com helicópteros.

Além disso, Carpenter recomendou que Moscou volte ao "diálogo aberto e completo sobre modernizar e melhorar a transparência militar, que, claramente, falta nesse momento". EFE