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Pelosi diz que visita Taiwan como apoio diante de "ameaças" da China

Nancy Pelosi chega a Taiwan e confirma rumores da visita à ilha, apesar de ameaças da China - Divulgação/Ministério das Relações Exteriores de Taiwan via AFP
Nancy Pelosi chega a Taiwan e confirma rumores da visita à ilha, apesar de ameaças da China Imagem: Divulgação/Ministério das Relações Exteriores de Taiwan via AFP

Da EFE, em Washington (EUA)

02/08/2022 17h46

A presidente da Câmara dos Representantes Estados Unidos, Nancy Pelosi, disse nesta terça-feira (2) que sua visita a Taiwan serve para "apoiar" a democracia da ilha diante das "ameaças" de Pequim.

"Ao viajar para Taiwan, honramos nosso compromisso com a democracia e reafirmamos que as liberdades de Taiwan e de todas as democracias devem ser respeitadas", afirmou ela em um artigo publicado no jornal "The Washington Post" após sua chegada à ilha.

Pelosi desembarcou às 22h43 (horário local; 11h43 de Brasília) no aeroporto Songshan, em Taipé, onde começou uma visita contra a qual Pequim havia anunciado represálias.

Em sua coluna de opinião, a líder da câmara baixa do Congresso americano argumentou que os EUA deveriam "apoiar Taiwan", que ela chamou de uma "democracia vibrante e robusta" que "está sob ameaça".

Ela criticou que nos últimos anos "Pequim aumentou drasticamente as tensões com Taiwan", com o aumento das operações aéreas na região da ilha, ataques cibernéticos contra instituições e intimidação contra países que cooperam com a ilha.

"Diante da agressão do Partido Comunista Chinês, a visita de nossa delegação do Congresso deve ser vista como uma declaração inequívoca de que os Estados Unidos estão com Taiwan, nosso parceiro democrático, enquanto defendem sua liberdade", disse.

Entretanto, Pelosi reiterou que sua viagem "de nenhuma maneira contradiz" a posição dos EUA sobre Taiwan - desde 1979, o governo americano tem apoiado a política de "uma só China" e se opõe à independência da ilha.

Ela enfatizou que "a solidariedade dos EUA com Taiwan é mais importante hoje do que nunca", não apenas para os 23 milhões de habitantes da ilha, mas também para "outras milhões de pessoas oprimidas" na China.

Pelosi citou a "repressão brutal" em Hong Kong, a "campanha para apagar a identidade" do povo tibetano e o "genocídio" contra os uigures muçulmanos na província de Xinjiang.

Esta é a primeira visita a Taiwan de um presidente da Câmara dos Representantes dos EUA desde 1997, quando o republicano Newt Gingrich esteve na ilha.

Nem Pelosi, nem o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan haviam confirmado se a viagem dela pela Ásia incluiria uma passagem pela ilha.

Nesta terça-feira, o Ministério das Relações Exteriores chinês disse que é "difícil imaginar uma ação mais imprudente e provocadora" por parte dos Estados Unidos do que esta visita, sobre a qual o exército chinês havia advertido recentemente que não "ficaria de braços cruzados".

A China reivindica a soberania sobre a ilha e considera Taiwan uma província rebelde desde que o partido nacionalista Kuomintang lá se estabeleceu em 1949, após perder a guerra civil contra os comunistas.