Nós Negros: Quando o "fogo nos racistas" vai parar no banco dos réus
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O ativista e articulador dos entregadores antifascistas Paulo Lima, conhecido como Galo de Luta, será julgado esta semana em São Paulo por ter ateado fogo na estátua do bandeirante Borba Gato em uma manifestação com cerca de 50 pessoas no dia 24 de julho de 2021.
Além dele, os manifestantes Danilo de Oliveira, conhecido como Biu, e Thiago Vieira também estarão no banco dos réus da ação movida pelo Ministério Público. Eles são acusados por dano ao patrimônio e associação criminosa. O ato, que ganhou repercussão nacional, foi convocado pelo grupo Revolução Periférica para discutir a existência monumentos de figuras associadas ao racismo. Nas nas redes sociais, o coletivo publicou um vídeo do monumento incendiado acompanhado da seguinte legenda:
Fogo nos racistas na práxis"
O escritor Jeferson Tenório, colunista do UOL, já escreveu sobre como a frase é entoada como um grito de resistência por negros. Mas, no caso de Galo, o fogo não foi metafórico.
Como Borba Gato (1649-1718) caçou indígenas e negros no século 18, a estátua em sua homenagem tem sido alvo de protestos nos últimos anos. Desde a manifestação, já houve pedido de prisão temporária de Galo, Biu e Géssica Barbosa, companheira do ativista. Para o especialista, as prisões que já foram decretadas até o momento foram ilegais. O advogado de defesa de Galo, André Lozano, disse à Nós Negro que espera uma absolvição, acompanhada do entendimento de que a ação fez parte de uma manifestação legítima.
Nós identificamos diversas irregularidades nas investigações como a apreensão do celular do Thiago para obter informações pessoais e a forma como foi preso em flagrante."
André Lozano, advogado
Nas redes sociais, Galo divulga a data do julgamento e pede apoio popular.
O julgamento se aproxima e eu contínuo sem arrependimentos. Convicto de que organizar o ódio é o caminho e a luta de classes, a salvação."
Galo, ativista
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RECEBA... Uma versão chique de PF, vendido por R$ 89,,00 tem chamado atenção da internet: é o Carré de bouef à "Luva de Pedreiro" do bistrô francês Paris 6. Conhecido por dar nomes de celebridades aos pratos, o restaurante leva para o cardápio a a novidade é uma homenagem ao influenciador baiano, que e vem com filé mignon, arroz, feijão farofa, banana à milanesa e ovos fritos.
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VIGOR... No ano em que as cotas raciais completam 10 anos, Gil do Vigor é um dos exemplos do sucesso dessa política pública. Em entrevista a Ecoa, o ex-BBB e economista conta que foi vítima de preconceito na universidade por ser pobre.
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SANEAMENTO... Na Favela da Maré, no Rio de Janeiro, moradores usaram a tecnologia para criar o "Cocôzap", um canal de denúncia e debate sobre saneamento básico, abastecimento de água e coleta de lixo. Segundo dados do IBGE, cerca da metade (54,7%) dos domicílios de pessoas pretas e pardas têm acesso simultâneo aos serviços de água, esgoto e lixo. O baixo índice afeta a saúde da população negra.
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DANDO A LETRA
Faça o que você fizer ao fechar das cortinas do último show dessa turnê, saiba que valeu a pena e que continuaremos aqui, com "essa estranha mania de ter fé na vida", Milton"
M.M Izidoro, colunista do UOL
Em Ecoa, M.M Izidoro repercute a turnê de despedida de Milton Nascimento com reflexão sobre a vida e a passagem de entes queridos.
Também em Ecoa, Milo Araújo conversa com os idealizadores da Malungada, grupo de ciclistas negros de São Paulo.
Em Splash, Aline Ramos reflete com quem Laura de "356 Dias" deve ficar: Massimo ou Nacho?
Em Tilt, Akin Abraz conta quais são os melhores games do ano até o momento.
Meses atrás, fui vítima dessas ameaças bolsonaristas, após uma palestra minha em uma escola particular em Salvador, sobre meu livro "O avesso da pele"
Jeferson Tenório, colunista do UOL
Em Notícias, Jeferson Tenório opina que a violência e o ódio tem sido marca registrada do Bolsonarismo.
Também em Notícias, Chico Alves com o babalorixá Adaiton Moreira sobre como o domínio de evangélicos influencia no racismo religioso.
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PEGA A VISÃO
Quem fez a música eletrônica foram os pretos, mas saiu disso e virou uma parada totalmente elitista e embranquecida. Tem vezes que eu entro para tocar em um lugar e sou a única preta ali. Acho que isso diz muito sobre o que eu trago para dentro dos meus shows"
DJ Carola
Atração do último sábado no Rock In Rio, DJ Carola é uma das poucas negras da cena da música eletrônica. Nascida na Vila Jardim, na periferia de Porto Alegre, Carola já passou por grandes festivais internacionais e percebeu a falta de DJs pretos. Em entrevista ao TAB, fala sobre a elitização desse estilo musical.
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SELO PLURAL
No episódio #94 de Papo Preto, a cientista Stela Diogo explica que a ciência também é para mulheres negras. Ela foi uma das primeiras biomédicas a sequenciar o genoma do SARS-COV-2, que teve um papel fundamental para a ciência e o desenvolvimento das vacinas.
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