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Nós Negros: De samba a Seu Jorge, o que Viola Davis viu na visita ao Brasil

Viola Davis visita o Brasil para divulgação do filme "A Mulher Rei" - Manuela Scarpa/Brazil News
Viola Davis visita o Brasil para divulgação do filme 'A Mulher Rei' Imagem: Manuela Scarpa/Brazil News

Do Núcleo de Diversidade

20/09/2022 09h00

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A expectativa é grande. Pelas redes sociais, pipocam comentários, fotos e vídeos prévios do filme "Mulher Rei", que pretende levar o protagonismo negro novamente para as telas dos cinemas. O longa conta a história real das Agojie, exército composto só por mulheres negras, que existiu no Reino de Daomé, atual Benin, na África. A tropa, inclusive, inspirou as Dora Milaje, exército de elite de Wakanda, do filme "Pantera Negra".

A atriz Viola Davis, a única mulher negra vencedora do Oscar, Emmy e Tony, é a protagonista do filme, e está no Brasil, pela primeira vez, para a estreia brasileira na quinta (22). Em entrevista coletiva acompanhada pelo UOL, a atriz contou que busca em sua carreira papéis que deem visibilidade para mulheres negras, e que "A Mulher Rei" simboliza justamente isso. "Garotinhas agora têm a chance de se enxergar, não apenas nos filmes, mas na vida", disse.

Não temos história, não temos nome. Eu me cansei disso. Na minha vida, eu sei quem são essas mulheres, e elas são vastas, complicadas, elas têm beleza. Eu quero que mulheres negras sejam humanizadas, como todos os outros. Se estamos lutando contra colorismo e racismo, esse é o primeiro passo: entender que somos, todos, parte da raça humana. Não somos um artifício de narrativa, não somos uma metáfora"
Viola Davis, atriz e protagonista de 'Mulher Rei'

No Rio de Janeiro, a atriz aproveitou a visita para conhecer o Cais do Valongo, principal porto de entrada de africanos escravizados no Brasil, e a quadra da escola de samba Mangueira, onde tocou tamborim.

Em suas redes sociais, Davis também comentou sobre o encontro que reuniu celebridades negras brasileiras, como Seu Jorge, Zezé Motta, Ícaro Silva, Zezé Motta e Iza, na casa dos atores Taís Araújo e Lázaro Ramos.

E teve mais este ano. "Mulher Rei" se insere na lista de filmes de 2022 protagonizados por negros, como os nacionais "Medida Provisória", de Lázaro Ramos e "Marte Um", de Gabriel Martins, e os internacionais "A Pequena Sereia", que contará com uma Ariel negra, e o "Pantera Negra 2", com estreia marcada para novembro.

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SALA DE AULA... No Mato Grosso do Sul, a professora Andreia Souza criou uma maneira lúdica de levar pautas sociais importantes para seus alunos: vestida de princesa e acompanhada de uma boneca preta, ela diverte os alunos e os ensina sobre inclusão.

SALA DE AULA II... Em Santa Catarina, a educadora Shirlei Silva também tem chamado a atenção nas redes sociais com seu método de ensino. O seu desafio? Ensinar educação sexual para crianças e adolescentes. "Não estamos falando de ensinar sexo às crianças (...), mas de ensiná-las sobre seu corpo, como se proteger e denunciar abusos", explica.

SALA DE AULA III... A biomédica baiana Jaqueline Goes, responsável pelo sequenciamento genético do coronavírus, virou Bárbie em 2021 e, agora, passará por escolas de todo o Brasil para contar sua história.

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MATERNIDADE... Ser mãe solo, ou seja, assumir a criação dos filhos, nos âmbitos financeiro, educacional e afetivo traz uma série de reflexos no bem-estar feminino. Segundo dados do (IBGE), o Brasil tem mais de 11 milhões de mães solo. Universa conta a história de algumas delas.

BLACK POWER... Em sintonia com o Dia Mundial do Cabelo Afro, Universa também traz relatos de quatro pessoas que deixaram o alisamento capilar de lado e hoje se orgulham do cabelo crespo.

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RACISMO... Após dizer que o atacante Vinicius Junior, do Real Madrid, deveria "parar de fazer macaquice" e ir ao "sambódromo do Brasil" caso queira "dançar", o presidente da Associação Espanhola de Empresários de Jogadores, Pedro Bravo, pediu perdão ao atacante, mas disse que a fala não foi racista.

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DANDO A LETRA

Uma produção hollywoodiana que exalta o poder das Agoodojies, amazonas do antigo reino do Daomé (atual Benin) e que derruba num só golpe as cabeças enrijecidas na ideia de sexo frágil e, em acréscimo, todo o senso comum acerca da escravidão no continente africano"
Eliana Alves Cruz, colunista do UOL

A escritora Eliana Alves Cruz - Chico Cerchiaro - Chico Cerchiaro
Imagem: Chico Cerchiaro

Em Esporte, Eliana Alves Cruz pega carona no filme "A Mulher Rei" para exaltar a força física e psicológica das mulheres negras.

Em VivaBem, Elânia Francisca fala sobre como os meninos têm rompido a lógica da ausência paterna brincando de serem pais com bonecas.

Em Ecoa, Anielle Franco fala sobre racismo ambiental e emergência climática repercutindo a COP 27, e Milo Araújo conta que, apesar da alta mortalidade dos ciclistas no trânsito, mais pessoas estão buscando esse modo de transporte nas ruas.

Em Tilt, Akin Abaz conta qual app de chamada de vídeo é ideal para cada tipo de reunião.

Um grupo de artistas lançou o "Hino ao Inominável". A letra da música é assinada por Carlos Rennó e traz o repertório de algumas frases nefastas de Bolsonaro, frases que vão desde a negação de que houve ditadura no Brasil, à preferência por ter um filho morto a um filho homossexual."
Jeferson Tenório, escritor e colunista do UOL

Em Notícias, Jeferson Tenório repercute o lançamento da música "Hino ao Inominável", que reúne intérpretes como Wagner Moura, Bruno Gagliasso, entre outros. Já André Santana opina sobre o alinhamento político de Claudia Leitte com exaltação a armas e a Bíblia.

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PEGA A VISÃO

Galvão viu o Olodum como um pé quente, algo positivo, ao mesmo tempo em que explica Salvador, o Pelourinho, a comunidade e a cultura negra"
João Jorge, presidente do Olodum

Tv e a Copa - Olodum Rep - Arte UOL / Raul Spinassé / Folhapress - Arte UOL / Raul Spinassé / Folhapress
Imagem: Arte UOL / Raul Spinassé / Folhapress

Para entrar no clima da Copa do Mundo, Esporte conta a história sobre dois ícones brasileiros: o futebol e o Olodum. Na estreia do Brasil na Copa do Mundo em 1990, dez pessoas se reuniram em frente à televisão que a diretoria do Olodum colocou no Largo do Pelourinho, em Salvador. O ritual se repetiu de quatro em quatro anos e o pequeno grupo se tornou uma multidão. A chamada torcida Brasil-Olodum ganhou projeção em 2002, quando apareceu em uma transmissão na Globo com Galvão Bueno. Desde então, "eu quero ouvir o Olodum" é bordão do narrador.

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SELO PLURAL

Conversa de Portão 2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

No episódio #70 de Conversa de Portão, a equipe do Nós, Mulheres da Periferia fala com a pedagoga Luciana Alves sobre a importância das creches como política pública no país.