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Mãe Menininha do Gantois foi de mentora de famosos a homenagem no carnaval

Acervo UH/Folhapress
Imagem: Acervo UH/Folhapress

Colaboração para o UOL

10/02/2023 12h17

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Nascida em 10 de fevereiro de 1894, em Salvador (BA), Mãe Menininha do Gantois é considerada uma das principais mães de santo que o Brasil já teve. Batizada Maria Escolástica da Conceição Nazareth, ela era neta de escravizados e foi escolhida como ialorixá (mãe de santo) no terreiro do Gantois, fundado por sua bisavó. Liderou o local por mais de 60 anos, falecendo em 13 de agosto de 1986, aos 92 anos.

"Mãe Menininha foi a maior ialorixá do Brasil no seu tempo. Ela é um patrimônio do Brasil, um ícone religioso e popular; além de uma pessoa que atraiu intelectuais em um momento em que os terreiros de candomblé passavam por perseguições. O que fez dela essa grande ialorixá que desafiou lideranças religiosas foi o fato de ser uma mulher de comando e conhecimento, mas ao mesmo tempo doce e acolhedora"
Vilson Caetano, professor de antropologia da Universidade Federal da Bahia

Em sua trajetória se destaca a luta contra a intolerância religiosa, a boa relação com famosos, intelectuais e chefes de Estado, além da promoção de um importante diálogo entre o catolicismo e as religiões de matriz africana. Passaram pela casa da mãe de santo nomes como Pelé, Gilberto Gil, Gal Costa, Bethânia, e políticos como Lula, Getúlio Vargas e Paulo Maluf.

"Mãe Menininha está acima de toda e qualquer divergência de ordem política, econômica ou religiosa".
Jorge Amado na obra Bahia de Todos os Santos

O legado de Mãe Menininha também inspirou as produções culturais no país. Em 1972, Dorival Caymmi lançou a canção "Oração de Mãe Menininha", logo depois regravada nas vozes de Maria Bethânia e Gal Costa. Em 1976, ela foi homenageada no carnaval carioca com o enredo da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, interpretado por Elza Soares. Mais de 40 anos depois, o legado seguiu no samba pela escola paulistana Vai-Vai, que também a homenageou com o enredo "No xirê do Anhembi, a Oxum mais bonita surgiu - Menininha, mãe da Bahia - Ialorixá do Brasil".
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MAIS UM... Depois do caso de Vini Jr. no futebol, o jogador de basquete Yago Mateus dos Santos, do Ratiopharm Um (Alemanha), sofreu ofensas racistas durante uma partida na Catalunha. O atleta disse que o episódio é revoltante. O clube e a Confederação Brasileira de Basquete repudiaram o caso.

PERGUNTA... "Uma tentou furtar R$ 21 e a outra 'desviou' R$ 1 milhão. Qual foi presa?". Com esta indagação, o colunista do UOL Camilo Vannuchi faz uma comparação entre os casos de Rosângela Cibele, mulher negra presa após tentar furtar dois pacotes de macarrão, um saquinho de suco e uma garrafa de refrigerante; e o de Alícia Muller, estudante branca de medicina que não foi presa após roubar quase R$1 milhão do fundo destinado a pagar a festa de formatura da sua turma.

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DANDO A LETRA

Devo lembrar que mulheres negras são a maioria da população brasileira? Creio que não, mas faço questão de perguntar por que razão só merecem ser lembradas as 'excepcionais'? Não quero descuidar do impacto da representatividade, mas insisto na ideia de que lembrar pela 'excepcionalidade' pode ser uma armadilha"
Patrícia Alves Melo, colunista do UOL

Patricia Alves Melo é professora titular da UFAM (Universidade Federal do Amazonas) e colunista do UOL - Divulgação - Divulgação
Patricia Alves Melo é professora titular da UFAM (Universidade Federal do Amazonas) e colunista do UOL
Imagem: Divulgação

Em Presença Histórica, Patrícia Alves Melo relembra a trajetória de Glória Maria e Lélia Gonzalez e questiona por qual razão não se celebra a vida das mulheres negras do cotidiano.

Em Notícias, Chico Alves entrevista o economista Pedro Gasparinetti e alerta que o garimpo na Terra Yanomami causou prejuízo social bilionário ao país.

É nítido que o estrago causado por essas chuvas faz de locais como a Rocinha e Rio das Pedras exemplos palpáveis da falta de uma ampla política de saneamento básico. Dá pra se prevê, dá pra mitigar. Mas existe vontade política?"
Eduardo Carvalho, colunista do UOL

Em Ecoa, Eduardo Carvalho conta que a chuva no Rio de Janeiro não é um desastre natural, e sim falta de política pública.

Em VivaBem, Larissa Cassiano relaciona a solidão feminina com a maternidade. Para a colunista, com a falta de parceiros sólidos é necessário ter informações sobre diversas formas de maternar.

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PEGA A VISÃO

Quem o colocou nesta situação foi ele próprio [Bolsonaro] -- que publicou um vídeo de apoio ou de incitação a esses atos terroristas golpistas --, e posteriormente aliados seus, deputados, senadores, pessoas credenciadas de seu círculo íntimo, que mostraram que havia um engendramento que passava por reuniões com ele."
Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em entrevista ao UOL - Reprodução/UOL - Reprodução/UOL
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em entrevista ao UOL
Imagem: Reprodução/UOL

Em entrevista exclusiva ao UOL, Flávio Dino comenta sobre a inclusão de Bolsonaro no inquérito do STF (Supremo Tribunal Federal) que apura as responsabilizações pela depredação das sedes dos Três Poderes. O ministro também fala sobre a situação do garimpo na Terra Yanomami e qual deve ser a política armamentista da sua gestão. Assista aqui!

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SELO PLURAL

Papo Preto - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

No episódio #112 de Papo Preto o assunto é sobre os atos golpistas que aconteceram em Brasília (DF) no dia 8 de janeiro. Para contribuir com o tema, Stela Diogo recebe Maurício Monteiro, mediador no espaço Memória Carandiru, e Caroline Iara, integrante da Bancada Feminista de São Paulo, para responder: no Brasil, a lei vale para todos?