China apresenta primeiro porta-aviões fabricado no país em meio a tensões na Ásia
Por Michael Martina
PEQUIM (Reuters) - A China apresentou seu primeiro porta-aviões construído no próprio país nesta quarta-feira, em meio à tensão crescente relativa à Coreia do Norte e aos temores com a assertividade chinesa no Mar do Sul da China.
A mídia estatal citou especialistas militares segundo os quais o segundo porta-aviões da China, construído no porto de Dalian, no nordeste do país, não deve entrar em ação antes de 2020, quando deve estar equipado e armado.
Analistas militares estrangeiros e a mídia chinesa publicaram imagens de satélite, fotos e notícias sobre o desenvolvimento da embarcação durante meses, e a China confirmou sua existência no final de 2015.
A apresentação "mostra que o projeto nativo e a construção do porta-aviões de nosso país obtiveram grandes resultados passo a passo", relatou a agência de notícias Xinhua.
A TV estatal mostrou o navio, cujo convés foi decorado com bandeiras vermelhas, sendo rebocado para seu ancoradouro.
Fan Changlong, vice-presidente da poderosa Comissão Militar Central da China, comandou a cerimônia, disse a Xinhua, durante a qual uma garrafa de champanhe foi quebrada na proa.
O lançamento ocorre na sequência da comemoração do 68º aniversário da fundação da Marinha chinesa, no domingo, tendo como pano de fundo a renovação das tensões entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos devido aos programas nuclear e de mísseis de Pyongyang.
Pouco se sabe do programa de porta-aviões chinês, que é um segredo de Estado, mas o governo disse que o projeto do novo exemplar aproveitou as experiências do primeiro porta-aviões do país, o Liaoning, comprado de segunda mão da Ucrânia em 1998 e adaptado na China.
O novo porta-aviões de propulsão convencional poderá operar os caças chineses Shenyang J-15.
Diferentemente dos porta-aviões de propulsão nuclear e de maior alcance da Marinha dos EUA, os dois da China têm proas com rampas inclinadas de estilo soviético, cujo objetivo é dar aos caças impulso suficiente para decolar de seus conveses mais curtos. Mas carecem da poderosa tecnologia de catapulta de lançamento de aeronaves de suas contrapartes norte-americanas.
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