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Indicado de Trump à Suprema Corte dos EUA diz que não será intimidado a desistir

24/09/2018 17h53

Por Richard Cowan e Lawrence Hurley

WASHINGTON (Reuters) - O indicado à Suprema Corte dos Estados Unidos, Brett Kavanaugh, disse nesta segunda-feira que não deixará a disputa após uma segunda mulher acusá-lo de assédio sexual ocorrido há décadas, sem nenhuma demonstração do presidente Donald Trump e de outros correligionários republicanos de que cederão em seus esforços para confirmá-lo no Senado.

"Eu não serei intimidado a desistir desse processo", escreveu Kavanaugh, um conservador juiz federal da corte de apelações nomeado para um cargo vitalício na corte mais alta dos EUA, em uma carta ao Comitê Judiciário do Senado, controlado por republicanos, que está supervisionando o processo de confirmação.

As alegações, que datam da década de 1980, colocaram em xeque as chances de Kavanaugh de ser confirmado em um Senado estreitamente controlado pelo partido de Trump, a poucas semanas das eleições para o Congresso.

O Comitê agendou uma audiência para quinta-feira para ouvir Kavanaugh e Christine Blasey Ford, uma professora universitária que na semana passada o acusou de assediá-la sexualmente em 1982. Uma segunda mulher, Deborah Ramirez, o acusou em um artigo publicado na revista New Yorker de domingo de assédio sexual durante o período acadêmico de 1983-84, quando ambos frequentavam a universidade Yale.

Kavanaugh negou as alegações de Ford e Ramirez.

Trump, ele próprio acusado durante as eleições presidenciais de 2016 de má conduta sexual com diversas mulheres, permanece firme em seu apoio a Kavanaugh.

"O juiz Kavanaugh é uma pessoa excepcional. Eu estou com ele até o fim", disse Trump ao chegar em Nova York para participar da Assembleia Geral da Organizações das Nações Unidas, chamando as alegações de politicamente motivadas.

Manifestantes contrários à confirmação de Kavanaugh realizaram uma série de protestos em Washington, Nova York, Filadélfia e outros locais. A principal democrata no Comitê Judiciário, a senadora Dianne Feinstein, pediu ao presidente republicano do Painel, o senador Chuck Grassley, que adie a audiência de quinta-feira para investigar as acusações de Ramirez.

(Reportagem de Richard Cowan, Lawrence Hurley, Doina Chiacu, Susan Heavey, Andrew Chung e Gabriella Borter)