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Sri Lanka amplia toque de recolher após ataques a mesquitas na Páscoa

21.abr.2019 - Agentes de segurança do Sri Lanka caminham pelos escombros após explosão em igreja  - AFP
21.abr.2019 - Agentes de segurança do Sri Lanka caminham pelos escombros após explosão em igreja Imagem: AFP

13/05/2019 10h41

O Sri Lanka ampliou um toque de recolher hoje em reação a ataques a mesquitas e a negócios de muçulmanos, nos piores incidentes desde um ataque com bombas de militantes islâmicos contra igrejas católicas na Páscoa, e bloqueou o Facebook e o WhatsApp para impedir as pessoas de incitarem a violência.

A ilha-nação reforçou a segurança devido ao aumento do temor de que os muçulmanos minoritários de uma população de 22 milhões de habitantes sejam alvo de violência sectária depois que homens-bomba islâmicos se explodiram em quatro hotéis e três igrejas, matando mais de 250 pessoas, no mês passado.

Várias mesquitas e residências de muçulmanos foram danificadas em um ataque realizado de madrugada em Kurunegala, um distrito do oeste, disseram o Conselho Muçulmano do Sri Lanka e moradores.

A polícia prendeu um grupo de homens suspeitos pelo ataque, mas depois pessoas do distrito de maioria budista exigiram sua libertação, disse o porta-voz militar, Sumith Atapattu.

"Para controlar a situação, um toque de recolher da polícia foi imposto durante a noite", explicou. Mais tarde nesta segunda-feira, as autoridades estenderam o toque de recolher a mais vilarejos de Kurunegala para restaurar a ordem.

Os ataques com bombas do mês passado, reivindicados pelo Estado Islâmico, chocaram a nação, 70 por cento da qual é de budistas cingaleses e o restante de muçulmanos, hindus e cristãos.

Desde as explosões, grupos de muçulmanos dizem ter recebido dezenas de queixas de pessoas assediadas.

Havia vidro em toda parte na mesquita de Abrar, em Kiniyama, cidade de maioria muçulmana atacada de madrugada. Todas as janelas e portas do edifício rosa suave foram destruídas, e cópias do Corão foram jogadas no chão.

Várias bicicletas estacionadas do lado de fora ficaram danificadas.

Um representante da mesquita disse que os ataques ocorreram quando várias pessoas, incluindo alguns monges budistas, exigiram uma busca no edifício principal depois de soldados inspecionarem um tanque de 43 hectares nas proximidades.

"Quando muçulmanos tentaram impedir o ataque, a polícia nos pediu para entrar", disse o representante.

As autoridades impuseram uma proibição temporária às redes sociais e aos aplicativos de mensagens depois que se descobriu que um confronto em outra parte do país se deveu a uma discussão no Facebook.