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Candidato de oposição na Argentina chama Bolsonaro de "racista e violento"

Alberto Fernández (dir) ao lado de Cristina Kirchner - DANIEL GARCIA/AFP/GETTY
Alberto Fernández (dir) ao lado de Cristina Kirchner Imagem: DANIEL GARCIA/AFP/GETTY

13/08/2019 07h48

O candidato da oposição de centro-esquerda à Presidência da Argentina Alberto Fernández, que no domingo obteve uma esmagadora vantagem sobre o atual presidente liberal Mauricio Macri nas eleições primárias do país, criticou ontem o presidente Jair Bolsonaro, a quem classificou de "racista, misógino e violento".

As declarações foram feitas horas depois que Bolsonaro disse que o Brasil poderia ver uma onda de imigrantes fugirem da Argentina se políticos de esquerda vencerem as eleições presidenciais de outubro, o que é uma forte possibilidade depois do resultado que conquistaram nas primárias de domingo sobre Macri.

"Com o Brasil, teremos uma relação esplêndida. O Brasil sempre será nosso principal sócio. Bolsonaro é uma conjuntura na vida do Brasil, como Macri é uma conjuntura na vida da Argentina", disse Fernández em uma entrevista ao programa "Corea del Centro", da emissora Net TV.

"Agora, em termos políticos, eu não tenho nada a ver com Bolsonaro. Comemoro enormemente que fale mal de mim. É um racista, um misógino, um violento... O que eu pediria ao presidente Bolsonaro é que deixe Lula livre e pediria que se submeta a eleições com Lula em liberdade", acrescentou, em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde o ano passado condenado por corrupção na operação Lava Jato.

Na entrevista, Fernández também criticou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que classificou como um bom líder para seu país, mas não para o mundo.

O "Frente de Todos", de Fernández, que tem como candidata a vice a ex-presidente Cristina Kirchner, conseguiu no domingo 47,66% dos votos contra 32,09% do "Juntos pela Mudança", de Macri.

Embora ainda faltem dois meses para as eleições gerais, as primárias são vistas como um levantamento preciso do que pode acontecer em outubro na Argentina, onde uma crise econômica afetou a imagem de Macri no último ano e revitalizou o peronismo de oposição.

(Reportagem de Lucila Sigal)