Johnson faz proposta à UE para o Brexit, mas alerta para saída sem acordo
Por Elizabeth Piper e William James e Kylie MacLellan
MANCHESTER, Inglaterra (Reuters) - O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, apresentou uma proposta para a separação britânica da União Europeia ao bloco nesta quarta-feira, mas disse que, se Bruxelas se omitir, seu país dirá adeus no dia 31 de outubro sem um acordo.
Em seu discurso de encerramento na conferência anual do Partido Conservador, Johnson se ateve à postura rígida sobre o Brexit, dando aos membros do partido alguns dos primeiros detalhes do que descreveu como sua "concessão justa e sensata" à UE.
Com uma estratégia que definirá o futuro do Brexit, da UE e de seu mandato, Johnson está apostando que conseguirá concessões suficientes de Bruxelas para persuadir os apoiadores do Brexit no Parlamento britânico a ratificarem um acordo.
"Sairemos da UE no dia 31 de outubro, aconteça o que acontecer", disse Johnson aos correligionários depois de expressar "amor" pela Europa, em um discurso que se concentrou sobretudo em questões domésticas, como a saúde, a economia e o crime.
"Estamos oferecendo o que acredito serem propostas construtivas e sensatas que proporcionam uma concessão para os dois lados", disse. "Não tenhamos dúvida de que a alternativa é não ter um acordo".
Faltando menos de um mês para o Reino Unido deixar a UE, sua manobra geopolítica mais relevante desde a Segunda Guerra Mundial, o chamado Brexit ainda é incerto. O país pode sair com ou sem um acordo, ou nem mesmo sair.
A questão mergulhou a política britânica no caos e dividiu profundamente a nação, 52% da qual votou pela desfiliação em um referendo de 2016.
Dando poucos detalhes de suas propostas, o premiê afirmou que não haverá verificações na fronteira irlandesa ou em sua proximidade. Ele disse que o Reino Unido respeitará o acordo de paz de 1998, que encerrou três décadas de conflito na província, mas não explicou como.
"Através de um processo de consentimento democrático renovável do Executivo e da assembleia da Irlanda do Norte", disse. "Iremos mais longe e protegeremos os arranjos regulatórios existentes para agricultores e outros negócios dos dois lados da fronteira".
Ele disse que o Reino Unido "todo e por inteiro" se retirará da UE, que Londres manterá o controle de sua própria política comercial desde o início e que a tecnologia pode oferecer uma solução, mas não deu detalhes.
(Reportagem adicional de John Chalmers e Gabriela Baczynska, em Bruxelas)
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