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Trump defende decisão de usar cloroquina mesmo sem comprovação para coronavírus

"Pessoas terão que tomar suas próprias decisões", disse o presidente dos Estados Unidos - YURI GRIPAS
"Pessoas terão que tomar suas próprias decisões", disse o presidente dos Estados Unidos Imagem: YURI GRIPAS

Steve Holland, Tim Ahmann e Jeff Mason

Da Reuters, em Washington

19/05/2020 19h05

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu nesta terça-feira o uso que tem feito da hidroxicloroquina, medicamento prescrito para o tratamento da malária, como forma de tentar evitar o novo coronavírus, apesar de alertas de especialistas da área médica, dizendo que cabe aos indivíduos tomar suas próprias decisões.

Sem oferecer nenhuma evidência, Trump disse a jornalistas durante uma visita ao Capitólio que acredita que o medicamento "garante um nível adicional de segurança", acrescentando: "Pessoas terão que tomar suas próprias decisões".

A Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) alertou sobre os possíveis e sérios efeitos colaterais do uso do medicamento em pacientes com a Covid-19.

O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, cuja secretária de Imprensa, Katie Miller, contraiu o coronavírus, disse ao Canal Fox News em entrevista que não estava tomando o medicamento.

"Eu não estou, mas eu nunca cercearia a possibilidade de que qualquer americano aceitasse o conselho de seu médico", disse Pence, de acordo com a transcrição da entrevista. Ele notou que a FDA havia aprovado o "uso fora da bula" do medicamento quando prescrito por um médico.

"Meu médico não me recomendou, mas eu não hesitaria em ouvir o conselho dele. Qualquer americano deveria fazer o mesmo", disse.

Semanas atrás, Trump havia promovido o medicamento como um tratamento possível para a Covid-19 baseado em um relatório positivo sobre seu uso contra o vírus, mas estudos subsequentes concluíram que o uso do remédio não ajuda.

O médico da Casa Branca, Sean Conley, disse em nota publicada na noite de segunda-feira que ele e o presidente haviam discutido as evidências pró e contra o uso do medicamento e concordaram que "o potencial benefício do tratamento compensava os riscos relativos".