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Bolsonaro diz que houve quem 'sofreu' na ditadura: 'Nenhum regime é perfeito'

Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia em colégio militar no Rio de Janeiro - RICARDO MORAES
Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia em colégio militar no Rio de Janeiro Imagem: RICARDO MORAES

Ricardo Brito

Brasília

27/08/2020 21h11

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje, em transmissão pelas redes sociais, que houve um "abuso" na concessão de indenizações pagas pela Comissão de Anistia, colocando novamente em xeque perseguições e crimes sofridos por cidadãos durante a ditadura militar.

Ao lado da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, a quem a comissão está subordinada, Bolsonaro disse que tem "muita coisa errada" entre as pessoas que tiveram indenizações aprovadas, e chegou a questionar a bandeira de luta de quem requereu indenização.

"Por que causa essas pessoas lutavam no Brasil? Por quê?", questionou o presidente, embora tenha admitido que teve gente que "sofreu alguma coisa".

"Nenhum regime é perfeito", ressalvou Bolsonaro, que é ex-militar e defensor do que chama de regime militar.

"Trinta e oito mil pessoas é gente demais, abuso", criticou ele, sobre o suposto número de beneficiários de indenizações. "Essas coisas atrasam o Brasil", reforçou.

Damares disse que já foram pagos R$ 12 bilhões em indenizações pela comissão, a maior parte por governos passados, para fazer reparação a vítimas da ditadura.

A ministra disse que o trabalho já deveria ter acabado e que ainda há casos para serem enfrentados pelo colegiado que envolvem os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT).

"É muita ideologia ali, mas estamos aplicando a lei", afirmou ela, ao complementar que a comissão tem um corpo técnico para apreciar essas questões.