Carla Araújo

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Bolsonaro nega à CGU que pediu ação da PRF em eleição e cita fala de Moraes

O ex-presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento na manhã de hoje (5) à CGU (Controladoria-Geral da União). O depoimento durou cerca de meia hora e o ex-presidente negou que tenha pedido algum tipo de atuação de favorecimento ao ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques durante as eleições de 2022.

O ex-presidente ainda citou o ministro do STF, Alexandre de Moraes, que era presidente do TSE na ocasião, dizendo que o próprio ministro falou que as eleições tinham ocorrido dentro da normalidade. "A votação tem sido realizada de maneira tranquila, harmoniosa", disse Moraes na época, em entrevista coletiva.

O depoimento ocorre no âmbito de um processo administrativo que investiga a atuação de Silvinei Vasques, que chegou a ser preso por supostamente liderar ações que impediram eleitores de votar.

Bolsonaro falou a uma comissão da CGU por meio de videoconferência. O ex-presidente foi indicado como testemunha de defesa de Vasques no processo, que tramita sob sigilo. O UOL apurou que poderá ocorrer a aplicação de advertência ou a perda da aposentadoria como policial rodoviário federal. Além do ex-presidente, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres também foi apontado como testemunha.

O ex-presidente foi questionado sobre os bloqueios nas estradas no domingo em que ocorreu o segundo turno das eleições para presidente. Vasques foi homem de confiança de Bolsonaro e comandou a corporação entre abril de 2021 e dezembro de 2022.

Em decisão, a desembargadora do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Ana Cristina Ferro Blasi, manteve na quinta-feira (31) a determinação para que o ex-presidente apresentasse o depoimento à CGU oralmente, e não por escrito.

Silvinei se tornou alvo de processo na CGU por ter pedido votos a Bolsonaro ao longo da campanha de 2022. Ele também presenteou o então ministro da Justiça, Anderson Torres, com uma camisa do Flamengo que estampava o número usado por Bolsonaro nas urnas.

No dia do segundo turno em 2022, uma série de bloqueios na região no Nordeste atrapalharam o deslocamento de eleitores às seções de votação. Nos estados da região, o então candidato à presidência Lula (PT) tinha larga vantagem sobre Bolsonaro. As suspeitas de interferência são alvo de uma outra investigação, que tramita no STF sob a relatoria do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

Em agosto do ano passado, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva de Silvinei a pedido da Polícia Federal, que apontou o risco de ele comprometer o andamento das investigações e interferir em depoimentos.

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Um ano depois, o ministro do STF revogou a prisão de Vasques ao concluir que o ex-diretor não ameaçava mais as investigações. Contudo, a PF impôs o uso de tornozeleira eletrônica e proibiu o uso de redes sociais.

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