Túmulo de criança evidencia vida emotiva do Homo sapiens, diz arqueólogo queniano
A descoberta do local de sepultamento humano mais antigo de que se tem conhecimento, o túmulo de uma criança em uma caverna do Quênia, lança uma nova luz sobre a vida emotiva dos primeiros Homo sapiens, disse o arqueólogo-chefe dos museus do país do leste africano nesta quarta-feira.
Na semana passada, cientistas anunciaram terem encontrado o local, que data de cerca de 78 mil anos atrás, onde uma 'Mtoto' —'criança' em suaíli — foi enterrada em uma caverna chamada Panga ya Saidi, próxima do litoral queniano.
"É significativo... porque é a primeira vez que estamos começando a ter uma noção das capacidades cognitivas, e também emocionais, neste momento do tempo", disse Emmanuel Ndiema à Reuters em uma entrevista.
Descobertas arqueológicas anteriores ajudaram pesquisadores a entenderem outros aspectos de como os humanos primitivos viviam, como seus avanços tecnológicos, a forma como se sustentavam e como se relacionavam com o meio ambiente, disse ele.
"Estamos começando a entender as pessoas tendo algum elo emocional com os mortos a ponto de poderem enterrá-los intencionalmente. Também estamos vendo capacidades cognitivas, pensamento abstrato", disse Ndiema.
Mtoto foi posta em uma cova rasa sob a abóbada protetora da caverna, com a cabeça apoiada em um travesseiro e a parte superior do corpo envolta cuidadosamente em uma mortalha.
Acredita-se que a criança, cujo gênero não está claro, morreu com cerca de 2,5 a 3 anos de idade.
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