Túmulo mais antigo da África: pesquisadores encontram ossos de 78 mil anos
Arqueólogos britânicos publicaram hoje um estudo sobre aquele que seria o túmulo mais antigo já registrado na África.
Os restos mortais, resgatados em uma escavação em 2017, foram identificados como pertencendo a uma criança entre 2 e 3 anos de idade, que foi sepultada deitada com a cabeça em um travesseiro, há cerca de 78 mil anos. Os ossos foram descobertos na caverna Panga ya Saidi, no condado de Kilifi, no Quênia.
A descoberta foi descrita em um estudo na Revista Nature.
A equipe internacional de pesquisadores, liderada pela University College London, na Inglaterra, conduziu uma análise de sedimentos da caverna e dos ossos. Com isso, descobriram que o enterro foi intencional e pode ter envolvido algum tipo de ritual funerário.
Ao que tudo indica, a criança foi colocada propositalmente deitada, virada levemente para o lado esquerdo com as pernas dobradas e puxadas para cima em direção ao peito. Ela estava envolta em uma mortalha — possivelmente feita de folhas e pele de animais — e sua cabeça tinha um travesseiro de material perecível.
"Esse respeito, esse cuidado, essa ternura, de colocar uma criança deitada quase em uma posição de dormir, eu realmente acho que é uma das mais importantes — e a primeira evidência na África — de humanos vivendo no mundo físico e simbólico", comentou em coletiva de imprensa, María Martinón-Torres, líder da pesquisa, segundo a CNN.
Além dos ossos da criança, os pesquisadores encontraram outras ossadas infantis durante escavações anteriores na caverna Panga ya Saidi, em 2013.
Porém, somente quatro anos depois que o esqueleto em questão foi totalmente exposto. Ele foi apelidado de "Mtoto", que significa "criança" na língua suaíli.
Outros sepultamentos ainda mais antigos, de neandertais e de Homo sapiens, já foram encontrados na Europa e no Oriente Médio, datando de 120 mil anos.
Mas "Mtoto" ainda é o mais antigo da África, onde os trabalhos de campo são mais escassos.
"Os arqueólogos têm estado muito ocupados no Oriente Próximo e na Europa por 150 anos, com escavações contínuas. Se a mesma quantidade de trabalho acontecesse na África, poderíamos encontrar mais sepulturas e mais antigas", disse Michael Petraglia, coautor do estudo.
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