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Rússia não fornecerá gás à Europa de graça, diz Kremlin

Rússia exigiu na semana passada que "países hostis" paguem pelo insumo em rublos, a moeda local, e não em euros - Stefan Sauer/picture aliança via Getty Images
Rússia exigiu na semana passada que "países hostis" paguem pelo insumo em rublos, a moeda local, e não em euros Imagem: Stefan Sauer/picture aliança via Getty Images

Nina Chestney

28/03/2022 10h26

A Rússia está elaborando métodos para aceitar pagamentos por suas exportações de gás em rublos e tomará decisões no devido tempo caso os países europeus se recusem a pagar na moeda russa, disse o Kremlin nesta segunda-feira.

Em uma reunião de líderes da União Europeia na sexta-feira, nenhuma posição comum surgiu sobre a exigência feita pela Rússia na semana passada de que países "hostis" devem pagar em rublos, não em euros, por seu gás, após Estados Unidos e aliados europeus se unirem em uma série de sanções contra a Rússia.

Preocupações com a segurança do fornecimento de gás aumentaram depois da demanda, com empresas e países da UE buscando entender as ramificações.

O banco central russo, o governo e a Gazprom, que responde por 40% das importações europeias de gás, devem apresentar suas propostas de pagamentos de gás em rublo ao presidente russo, Vladimir Putin, até 31 de março.

"Não vamos fornecer gás de graça, isso está claro", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em uma teleconferência. "Na nossa situação, não é possível nem apropriado se envolver em caridade (com clientes europeus)".

Na sexta-feira, o ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, aconselhou os fornecedores de energia alemães a não pagarem pelo gás russo em rublos, em entrevista à emissora Welt.

A Itália continuará pagando à Rússia por energia em euros, disse um importante assessor econômico do governo italiano na semana passada.

"O único grande problema na Europa é o gás e a Rússia está nos pedindo para pagar em rublos que não temos e não está no contrato", disse o executivo-chefe do grupo italiano de energia Eni, Claudio Descalzi, nesta segunda-feira, em um evento do setor nos Emirados Árabes Unidos.

A polonesa PGNiG, que tem contrato com a Gazprom até o final do ano, também disse que não pode simplesmente passar a pagar em rublos.