Em vídeo com Michelle, Bolsonaro pede desculpas por insinuar que adolescentes venezuelanas eram prostitutas
Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) divulgou um vídeo nesta terça-feira para pedir desculpas às mulheres venezuelanas, depois de declarações na qual deu a entender que adolescentes daquele país estariam se prostituindo na periferia de Brasília.
"Se as minhas palavras que, por má-fé, foram tiradas de contexto e de alguma forma foram mal entendidas ou provocaram algum constrangimento às nossas irmãs venezuelanas, peço desculpas já que meu compromisso sempre foi de melhor acolher e atender a todos que fogem de ditaduras pelo mundo", diz Bolsonaro no vídeo.
Ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e de María Teresa Belandria --representante do autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, como embaixadora venezuelana no Brasil--, o presidente aparece na gravação de pouco mais de 2 minutos que circula pelas redes sociais.
A ação é mais um movimento da campanha para tentar conter os danos do episódio ligado à entrevista de Bolsonaro a um podcast na sexta-feira, que foi amplamente explorada pelos adversários.
Ao podcast, Bolsonaro contou ter encontrado adolescentes venezuelanas em São Sebastião, periferia de Brasília: "Olhei umas menininhas, três, quatro, bonitas; de 14, 15 anos, arrumadinhas num sábado numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei, 'posso entrar na tua casa?' Entrei", disse na entrevista de sexta-feira.
"Tinha umas 15, 20 meninas, (num) sábado de manhã, se arrumando —todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas, 14, 15 anos se arrumando num sábado para quê? Ganhar a vida", emendou.
Adversários chegaram a acusá-lo de pedofilia, por causa da menção ao "clima" que ele menciona ao falar das adolescentes. No domingo, pouco antes do primeiro debate do segundo turno, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, determinou a remoção de conteúdos relacionados ao episódio de redes sociais.
Apesar do veto, ainda há o temor, segundo uma fonte da campanha de Bolsonaro, de que o episódio aumente a rejeição do presidente e o prejudique na tarefa de conquistar votos a menos de 15 dias do segundo turno. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve 6,2 milhões de frente em relação a Bolsonaro no primeiro turno.
No vídeo desta terça, o presidente afirma que Michelle, Belandria e a senadora eleita Damares Alves foram agora ao local e constataram que as mulheres estão reconstruindo sua vida no Brasil.
Michelle diz na gravação que a operação Acolhida é o melhor programa de refugiados da América Latina e que o Brasil já recebeu 375 mil venezuelanos. "Como país cristão, devemos acolher o próximo", disse Michelle.
No vídeo, Bolsonaro se diz indignado com algumas ações de militantes de esquerda que estariam pressionando mulheres venezuelanas a fim de ter vantagens durante o período eleitoral. Ele, contudo, não apresentou evidências de como isso estaria acontecendo.
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