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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Rússia dispara dezenas de mísseis em um dos maiores ataques à Ucrânia

Artilheiros ucranianos da 24ª brigada carregam uma munição em uma posição ao longo da linha de frente nas proximidades de Bakhmut, região de Donetsk, em 10 de dezembro de 2022 - IHOR TKACHOV/AFP
Artilheiros ucranianos da 24ª brigada carregam uma munição em uma posição ao longo da linha de frente nas proximidades de Bakhmut, região de Donetsk, em 10 de dezembro de 2022 Imagem: IHOR TKACHOV/AFP

Tom Balmforth e Olena Harmash

Da Reuters*

16/12/2022 18h50Atualizada em 16/12/2022 22h10

A Rússia disparou mais de 70 mísseis contra a Ucrânia nesta sexta-feira, em um de seus maiores ataques desde o início da guerra, derrubando o fornecimento de energia na segunda maior cidade do país, e forçando Kiev a implementar blecautes de emergência em todo o país, disseram autoridades ucranianas.

Três pessoas morreram quando um bloco de apartamentos foi atingido no centro de Kryvyi Rih, e outra morreu em um bombardeio em Kherson, no sul, afirmaram.

Autoridades instaladas pela Rússia no leste da Ucrânia ocupada disseram que 12 pessoas morreram em bombardeios ucranianos.

Em um discurso por vídeo à noite, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que a Rússia ainda tem mísseis suficientes para vários outros ataques maciços, e novamente pediu aos aliados ocidentais que forneçam a Kiev mais e melhores sistemas de defesa aérea.

Zelenskiy disse que a Ucrânia é forte o suficiente para se recuperar. "O que quer que seja que os adoradores de foguetes de Moscou estejam pensando, isso ainda não vai mudar o equilíbrio de poder nesta guerra", disse ele.

Kiev alertou na quinta-feira que Moscou planejava uma nova ofensiva total no início do ano que vem, cerca de um ano após a invasão iniciada em 24 de fevereiro, na qual amplas áreas da Ucrânia foram destruídas por mísseis e artilharia, mas poucas foram tomadas pelas forças russas.

A Rússia tem lançado mísseis sobre a infraestrutura de energia ucraniana quase semanalmente desde o início de outubro, após várias derrotas no campo de batalha, mas o ataque de sexta-feira pareceu infligir mais danos do que muitos outros, com neve e gelo agora por toda parte.

Após alguns reparos, a operadora de rede ucraniana Ukrenergo suspendeu o estado de emergência que a obrigou a impor blecautes. Mas a empresa também alertou que seria necessário mais tempo para consertar equipamentos e restaurar a eletricidade do que em bombardeios anteriores.

A Rússia enviou aviões de guerra para perto da Ucrânia para tentar distrair suas defesas aéreas, disse a força aérea ucraniana. Seu chefe do Exército disse que 60 dos 76 mísseis russos foram derrubados, mas o ministro da Energia, German Galushchenko, disse que pelo menos nove instalações geradoras de energia foram atingidas.

Moscou diz que os ataques visam desabilitar as Forças Armadas da Ucrânia. Os ucranianos os classificam como crimes de guerra.

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, disse na noite de sexta-feira que apenas um terço dos moradores da cidade contava com aquecimento e água, e que 40% tinha energia elétrica. O sistema de metrô —uma artéria de transporte crucial da cidade— permanece fechado, acrescentou.

Zelenskiy pediu aos ucranianos que sejam pacientes e pediu às autoridades regionais que sejam mais criativas para garantir o fornecimento de energia de maneira emergencial.

A cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, a segunda maior do país, também foi duramente atingida, chegando a ficar sem fornecimento de eletricidade, aquecimento e água. A agência de notícias Interfax da Ucrânia citou o governador regional Oleh Synehubov mais tarde nesta sexta, dizendo que 55% da energia elétrica da cidade estava de volta, e 85% na região ao redor.

*Reportagem das redações da Reuters; redação de Stephen Coates, Philippa Fletcher e Mark Heinrich