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EUA boicotam homenagem da ONU ao presidente do Irã

Os Estados Unidos boicotaram uma homenagem da Organização das Nações Unidas ao presidente iraniano Ebrahim Raisi, nesta quinta-feira (30), dizendo que ele estava "envolvido em numerosas e horríveis violações dos direitos humanos" e que o órgão mundial deveria, em vez disso, apoiar o povo do Irã.

Raisi, um linha-dura que era visto como um possível sucessor do líder supremo Ayatollah Ali Khamenei, morreu quando seu helicóptero caiu em condições climáticas adversas nas montanhas próximas à fronteira com o Azerbaijão em 19 de maio.

A Assembleia Geral da ONU, composta por 193 membros, tradicionalmente se reúne para prestar homenagem a qualquer líder mundial que era chefe de Estado na época de sua morte. Discursos foram feitos por países e grupos regionais durante os 50 minutos de homenagem a Raisi.

"Os Estados Unidos não participarão do evento de homenagem de hoje das Nações Unidas ao presidente Raisi em nenhuma função", disse Nate Evans, porta-voz da missão dos EUA nas Nações Unidas.

"Raisi esteve envolvido em inúmeras e horríveis violações dos direitos humanos, incluindo a execução extrajudicial de milhares de prisioneiros políticos em 1988", disse ele. "Algumas das piores violações de direitos humanos já registradas ocorreram durante seu mandato."

Como um jovem promotor em Teerã, Raisi participou de um painel que supervisionou a execução de centenas de prisioneiros políticos na capital em 1988, quando a guerra de oito anos do Irã com o Iraque estava chegando ao fim, segundo grupos de direitos humanos.

A missão do Irã na ONU em Nova York se recusou a comentar sobre o boicote dos EUA ao tributo.

Em uma breve declaração, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse à Assembleia Geral que Raisi liderou o Irã em um momento desafiador para o país, a região e o mundo.

"As Nações Unidas são solidárias com o povo iraniano e com a busca pela paz, desenvolvimento e liberdades fundamentais", disse Guterres.

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O embaixador do Irã na ONU, Amir Saeid Iravani, refletiu sobre o "profundo impacto" de Raisi e do ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, que morreu no mesmo acidente de helicóptero.

"Eles não eram apenas figuras de autoridade, mas também um símbolo de esperança, resiliência e o poder duradouro da boa governança e da diplomacia", disse Iravani à Assembleia Geral. "Continuamos comprometidos em defender os princípios de paz, segurança, justiça e multilateralismo que eles apoiaram incansavelmente."

Uma eleição presidencial para substituir Raisi foi agendada para 28 de junho.

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