Petrobras não pode renunciar à "exploração responsável" da Margem Equatorial, diz CEO

Por Marta Nogueira e Fabio Teixeira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras não pode renunciar à "exploração responsável" das bacias petrolíferas da Margem Equatorial brasileira e precisa que o Brasil conceda licenças para avançar com a perfuração de poços na região, afirmou nesta sexta-feira a presidente da companhia, Magda Chambriard.

O movimento é importante, inclusive, para garantir o histórico da companhia de reposição de reservas, enquanto também busca fontes de energia limpa.

"Embora ainda existam oportunidades exploratórias no pré-sal e nas bacias do Sudeste, nós não podemos renunciar à exploração responsável das bacias da Margem Equatorial brasileira", disse Chambriard, ao participar de conferência com analistas sobre os resultados do segundo trimestre.

A estatal aguarda uma definição do Ibama para explorar a Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial, após ter tido pedidos iniciais negados.

"É fundamental para a Petrobras e para o Brasil que obtenhamos licença para perfurar os poços exploratórios necessários. Isso porque, se confirmado o potencial da área, serão absolutamente incontestes para a sociedade os resultados em termos de emprego e renda."

Além da Margem Equatorial, Chambriard destacou que é preciso continuar ainda com a exploração na Bacia de Pelotas, área também considerada promissora no Sul do Brasil.

Além disso, disse que a empresa está atenta às oportunidades em territórios estrangeiros, especialmente na América do Sul e nas bacias da margem atlântica da África.

GREVE DO IBAMA

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Também durante a conferência, o diretor interino de Exploração e Produção da Petrobras, Wagner Victer, confirmou reportagem da Reuters que havia informado na véspera que a companhia conseguiu aprovações junto ao Ibama para ampliar sua produção no pré-sal por meio de novos poços, e que concentra forças para antecipar a entrada em operação de mais uma plataforma.

A empresa colocou em operação no ano passado quatro novas plataformas e vem ao longo do ano realizando o aumento gradual da produção nessas unidades por meio da ligação de novos poços.

Entretanto, a companhia foi impactada por movimentos trabalhistas no órgão ambiental federal Ibama e na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) desde o início do ano, que estão atrasando o avanço.

Victer reiterou que o impacto na curva de produção estimado pela empresa é de aproximadamente 2%, mas que está compensado dentro da margem que a companhia tem em seu planejamento.

Em seu plano estratégico atual, a Petrobras prevê produzir 2,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) de petróleo e gás natural em 2024, podendo variar 4% para cima ou para baixo. O centro da meta configuraria uma estabilidade ante o volume produzido em 2023, de 2,78 milhões de boed.

"A gente tem expectativa que em breve essas questões de impedâncias que são colocadas fora do padrão tradicional, não só relativamente ao Ibama, mas também à Agência Nacional de Petróleo, a gente venha a superar", afirmou.

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A diretora executiva de Assuntos Corporativos, Clarice Coppetti, destacou ainda que a companhia vem realizando um trabalho junto à direção do Ibama que visa a obtenção das licenças necessárias.

Segundo Coppetti, desde o início das mobilizações do órgão ambiental, no início deste ano, a Petrobras obteve 25 licenças e anuências junto ao Ibama, sendo que desse total, oito estavam relacionadas à produção.

(Por Marta Nogueira)

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