Líderes europeus pedem que Trump apoie Ucrânia e evite guerras comerciais

Por Philip Blenkinsop e Andrew Gray

BUDAPESTE (Reuters) - Líderes europeus reunidos em Budapeste nesta quinta-feira pediram a Donald Trump que evite guerras comerciais, mantenha o apoio à Ucrânia e evite perturbar a ordem global após sua vitória na eleição presidencial dos Estados Unidos.

A vitória de Trump é um grande desafio para a Europa, abrindo uma era de enormes incertezas em um momento em que o continente já está lutando pela unidade e suas duas maiores potências, a Alemanha -- cuja coalizão de governo acaba de ser desfeita -- e a França, estão enfraquecidas.

O relacionamento de Trump com os parceiros europeus foi tenso e difícil durante grande parte de seu primeiro mandato, e seu retorno ao poder traz incertezas sobre o apoio dos EUA à Ucrânia contra a invasão da Rússia, o compromisso dos EUA com a aliança militar ocidental Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan) e a perspectiva de tarifas sobre importações.

"Confio na sociedade norte-americana", disse o chefe do Conselho Europeu, Charles Michel, enquanto ele e outros pediam a Trump que continue apoiando a Ucrânia, ao chegarem a uma reunião de quase 50 líderes europeus em Budapeste.

"Eles sabem que é de seu interesse mostrar firmeza quando nos envolvemos com regimes autoritários. Se os Estados Unidos forem fracos com a Rússia, o que isso significará para a China?"

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que agora cabe à União Europeia se unir. Nenhum Estado-membro da UE pode, por si só, lidar com os desafios futuros, disse ela.

Sobre a Ucrânia, ela disse: "É do interesse de todos nós que os autocratas deste mundo recebam uma mensagem muito clara de que não é o direito da força, que o Estado de Direito é importante."

ESPERANÇA DE EVITAR UMA GUERRA COMERCIAL

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Muitos dos líderes disseram que estavam ansiosos para trabalhar com Trump.

O anfitrião da cúpula, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, é um dos poucos aliados próximos de Trump entre os líderes europeus, tendo dito que abriria as rolhas de champanhe se Trump ganhasse a eleição. Diplomatas especularam que Orbán poderia providenciar para que Trump se dirigisse aos líderes europeus por meio de uma chamada de vídeo.

Mas outros foram diretos em relação às preocupações, inclusive sobre o comércio e o tratamento brusco de Trump com os aliados.

"O presidente Trump é conhecido, às vezes, por um grau de imprevisibilidade, um grau de volatilidade, portanto, precisamos de diálogo", disse o primeiro-ministro de Luxemburgo, Luc Frieden. "Buscaremos o diálogo, mas não abriremos mão de nossos princípios."

O primeiro-ministro da Finlândia, Petteri Orpo, disse estar preocupado com a perspectiva de uma guerra comercial: "Não se deve permitir que isso aconteça", disse ele. "Vamos agora tentar influenciar os EUA e a política futura de Trump para que ele entenda os riscos envolvidos."

A cúpula incluirá primeiro uma reunião de líderes da Comunidade Política Europeia, que inclui países não pertencentes à UE, como o Reino Unido, que deve renovar seu compromisso de apoiar a Ucrânia, antes de sessões sobre imigração e segurança econômica.

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Mark Rutte, secretário-geral da Otan, disse que é importante ver a Ucrânia como um problema que se estende além da Europa, descrevendo a parceria da Rússia com a Coreia do Norte como "uma ameaça, não apenas para a parte europeia da Otan, mas também para os EUA".

Durante a noite, os 27 líderes da UE avaliarão as relações transatlânticas, bem como a Geórgia, onde o partido governista, visto como cada vez mais pró-russo, reivindicou a vitória em uma eleição disputada em 26 de outubro. A UE congelou a proposta de adesão da Geórgia devido a preocupações com o retrocesso democrático.

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