Israel quer liberdade de atacar o Líbano mesmo depois do cessar-fogo, afirma a França
PARIS (Reuters) - Autoridades de Israel insistem em manter a capacidade de atacar o Líbano a qualquer momento como parte das condições para ter um cessar-fogo com o Hezbollah, apoiado pelo Irã, disse o ministro das Relações Exteriores francês nesta quarta-feira.
Falando em uma audiência parlamentar após realizar conversas em Israel na semana passada em Jerusalém, Jean-Noel Barrot disse que essa era uma condição expressa de forma cada vez mais clara pelas autoridades israelenses.
"Ouvimos, hoje, vozes em Israel pedindo que seja mantida a capacidade de atacar a qualquer momento ou mesmo entrar no Líbano, mesma demanda sobre a vizinha Síria", disse Barrot, que conversou com o ministro israelense dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, e o novo ministro da Defesa, Israel Katz, na semana passada.
"Isso não é compatível com a soberania de um país forte", disse Barrot, referindo-se a esforços mais amplos para ajudar a fortalecer a governança do Líbano.
Vários diplomatas disseram que seria praticamente impossível obter do Hezbollah ou do Líbano qualquer proposta que incluísse essa exigência.
Não houve comentário imediato de Israel sobre as observações. Seu ministro da Defesa, Israel Katz, disse anteriormente: "Não permitiremos qualquer arranjo que não inclua a conquista dos objetivos da guerra - e acima de tudo o direito de Israel de agir por conta própria contra qualquer atividade terrorista".
A França, que tem vínculos históricos com o Líbano, está tentando garantir um cessar-fogo no país do Oriente Médio.
(Reportagem de John Irish)