Apesar da pressão sul-coreana, Samsung teme ser alvo de sanções se investir no Norte
A Coreia do Sul estaria pressionando suas empresas para investir na Coreia do Norte? É o que sugere o balanço da visita do presidente sul-coreano, Moon Jae-in que voltou nesta quinta-feira (20) a Seul depois de passar três dias em Pyongyang.
Frédéric Ojardias, correspondente da RFI em Seul
Os sul-coreanos pretendem relançar seus projetos de cooperação econômica com Pyongyang, o que inclui a conexão das redes ferroviária e rodoviária e relançar o comércio bilateral. Mas muitas empresas do sul temem as sanções impostas pelos ocidentais.
Este seria o caso da Samsung. Fontes do jornal local Nikkei Asian Review revelam que o governo sul-coreano está pressionando o herdeiro da gigante eletrônica, Lee Jae-yong, vice-presidente do grupo, para implantar um ambicioso plano de investimento no Norte. O empresário foi convidado a participar da comitiva do presidente Moon Jae-In durante sua visita a Pyongyang.
Mas a Samsung está reticente, já que as sanções internacionais proíbem o comércio com o regime. Outro problema é que Lee Jae-yong passou vários meses na prisão, depois de ser condenado por corrupção. O caso está sendo julgado pela Corte Suprema da Coreia do Sul.
Mercado a ser conquistado
Outras empresas sul-coreanas, como a LG, não escondem o interesse pela mão-de-obra qualificada e barata do Norte, que representa um imenso mercado a ser conquistado. Algumas já estão analisando a possibilidade de futuros investimentos. Resta saber até que ponto isso será possível enquanto houver as sanções.
Kim Jong-Un viajará para Seul
Tanto para Seul como para Pyongyang era importante estreitar os laços: Kim Jong-Un deseja que seu país consiga aproveitar a força econômica do Sul, enquanto Moon quer afastar da península o fantasma de um devastador conflito intercoreano.
O líder norte-coreano anunciou que viajará para Seul. A visita, que pode acontecer ainda este ano, seria a primeira de um governante norte-coreano à capital sul-coreana desde o fim da guerra de 1950-1953. O conflito foi encerrado com um armistício, e não um acordo de paz. Os dois também expressaram o desejo de apresentar uma candidatura conjunta para os Jogos Olímpicos de 2032.
Desnuclearização
A imprensa sul-coreana vê a aproximação com prudência e diz ser necessário aguardar que a desnuclearização da Coreia do Norte seja efetiva. O dirigente norte-coreano aceitou na quarta-feira fechar o local de testes de mísseis de Tongchang-ri, na presença de especialistas internacionais. O governo dos Estados Unidos aplaudiu o anúncio e disse que está disposto a dialogar imediatamente para desnuclearizar a Coreia do Norte em um prazo de três anos
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