Governo francês propõe presença policial nas escolas para reduzir violência
Como sinal de preocupação do Estado com o tema, o ministério do Interior vai se ocupar do assunto, no lugar da pasta da Educação. Três ministros se reuniram para discutir o tema nesta sexta-feira (26): Christophe Castaner, do Interior, Jean-Michel Blanquer, da Educação Nacional, e Nicole Belloubet, da Justiça. Juntos, eles encaminham propostas que devem ser analisados pelo Conselho de ministros na próxima terça-feira (30), incluindo a presença de policiais no meio escolar.
A medida – até agora a mais marcante – veio de Christophe Castaner e permanece vaga até o momento. O ministro do Interior “não exclui” a “presença física das forças de ordem” nas escolas de ensino fundamental e médio da França, mas deixa claro que vai depender do nível da problemática social dos estabelecimentos e das tensões. Ele também disse que os diretores das escolas terão o direito de decidir se querem ou não ver os policiais em seus pátios.
Já Jean-Michel Blanquer disse que deseja “recolocar a ordem” na escola. A frase parece querer agradar ao presidente francês Emmanuel Macron, que exigiu medidas sérias após o caso do aluno que ameaçou a professora com a arma fictícia. Blanquer propõe multiplicar as equipes móveis de segurança. Compostas por 10 a 50 pessoas, entre educadores, secretários ou mesmo soldados aposentados. As equipes deverão se dirigir de um estabelecimento a outro de acordo com as necessidades.
Professores são sobretudo vítimas de insultos
Milhares de professores protestaram nas redes sociais sobre a ausência de uma resposta do governo para as inúmeras denúncias de casos de violência que, segundo eles, são “sufocados” pelas autoridades, para não criar alarde. O ministro da Educação Nacional, em resposta, disse que cada episódio de agressão deve ser “sistematicamente assinalado”.
O objetivo, segundo Blanquer, é detalhar o quadro preciso e factual do número de casos e de sua gravidade. Alguns professores e pais de alunos comemoraram a resposta rápida do governo, mas outros já criticam as propostas de segurança.
É o caso do sindicato de educadores Unsa, que lamenta o fato de que “as medidas respondem às situações de violências mais marcantes, mas que não correspondem ao cotidiano dos professores”. Os professores são, sobretudo, vítimas de insultos, que não serão resolvidos pela presença de policiais. “Precisamos de recursos para melhorar o clima escolar e o espaço de diálogo”, aponta o Unsa.
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