Macron refuta discurso da oposição que compara França à ditadura
Na volta de Israel, ontem, o presidente francês deu uma entrevista no avião a um grupo de jornalistas. Ele denunciou os comentários da oposição sobre a democracia francesa, "que legitimam a violência comparando o regime a uma ditadura".
A declaração é uma resposta à declaração feita pela ex-porta voz do partido de esquerda radical A França Insubmissa, Raquel Garrido. Em uma mensagem no Twitter, ela fez um paralelo entre o clima social na França e a situação na Venezuela. Em um outro tuíte, ela pediu a decapitação de Macron.
"Aqueles e aquelas que defendem a violência e a encorajam, ou que buscam calar qualquer tipo de crítica, esquecem de algo muito simples: somos uma democracia", disse. Segundo o presidente francês, alguns discursos se instalaram na sociedade de maneira "provocativa", afirmando que uma forma de ditadura tomou conta da França.
"Uma ditadura é um regime onde uma pessoa ou um clã decide quais são as leis, um regime que não muda nunca seus dirigentes. Se a França é isso, experimente a ditadura e vocês verão. A ditadura justifica o ódio e a violência para sair dela", declarou.
Para o presidente francês, "há um princípio fundamental na democracia: o respeito ao outro, a interdição da violência e o combate ao ódio". Segundo ele, "todos aqueles, em nossa democracia, se calam a respeito desses princípios, são cúmplices, hoje e amanhã, do enfraquecimento de nossa democracia e da República".
Macron alimenta clima de violência, diz líder de esquerda radical
O líder do partido A França Insubmissa, Jean-Luc Mélénchon, respondeu que "a fala e a indiferença de Macron" em relação aos franceses alimentavam um clima de violência. "Ele torna, de maneira inútil, as relações políticas e sociais no país mais tensas. O único responsável por essa violência é ele", disse Mélénchon aos jornalistas.
De acordo com o líder de oposição, o projeto de reforma da Previdência do governo "é indiferente ao impacto econômico sobre o país e ao sofrimento das pessoas, que ele prolonga de maneira extremamente arrogante", declarou. "Peço ao presidente que faça uma reflexão sobre onde ele vive. Estamos na França, é um país de tradição polêmica e combativa. Somos assim. Se ele quer governar outro país, que se mude e se candidate por lá!"
Regime autoritário
Para a ex-ministra socialista e candidata às eleições presidenciais, Ségolène Royal, Emmanuel Macron "impôs um regime autoritário." Em entrevista ao canal BFM TV, ela disse que ele "exerce um poder que não sabe ouvir, que só faz o que dá na cabeça e assiste ao sofrimento dos cidadãos sem reagir. Suas palavras são excessivas, é preciso que ele retome seu sangue frio, porque podemos reformar uma democracia sem brutalidade", afirmou.
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