Coronavírus: franceses engordaram em média 2,5 kg durante quarentena
Diminuição da atividade física, geladeiras cheias e à disposição, proibição de qualquer programa fora de casa: os quase dois meses de quarentena na França tiveram consequências na balança. Desde o início do confinamento no país, em 17 de março, os franceses engordaram, em média, 2,5 quilos, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (6).
A partir da próxima segunda-feira (11), quando as medidas da quarentena começarem a ser relaxadas e os franceses trocarem o pijama ou a calça de abrigo por roupas para ir ao trabalho, a diferença será sentida. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Francês de Opinião Pública (Ifop) para o site Darwin Nutrition, o confinamento afetou o peso e o equilíbrio alimentar da população.
De acordo com o estudo, 57% dos franceses engordaram durante a quarentena, um aumento de peso em média de 2,5 quilos. Entre os entrevistados, 42% afirmam que dedicam mais tempo ao "happy hour", etapa antes do jantar, acompanhada por petiscos e bebidas alcoólicas. Mais de duas em cada dez pessoas entrevistadas também declarou ter aumentado do consumo de chocolate nas últimas semanas.
"O ganho de peso não é um problema em si e era previsível em um contexto de stress e de gasto limitado de energia. Mais de tempo em casa significa mais de tempo dedicado à preparação das refeições, mas também mais tempo para petiscar", explica ao jornal Le Parisien Quentin Molinié, do site Darwin Nutrition, especializado em alimentação saudável.
O levantamento revela que foram sobretudo as pessoas magras e obesas que engordaram nesses quase dois meses de quarentena. Entre os entrevistados, 57% declaram que sentem as roupas mais apertadas devido ao ganho de peso.
Outra curiosidade é que entre a população que mais ganhou peso estão as mulheres da região parisiense e os homens que vivem em zonas rurais da França, especialmente os que fazem parte de uma família numerosa. "64% dos confinados com mais de quatro pessoas engordaram contra somente 53% dos confinados que moram sozinhos", afirma o diretor do serviço Político-Atualidade do Ifop, François Kraus.
Aumento das desigualdades nos casais heterosexuais
A pesquisa também revela que as desigualdades na divisão das atividades domésticas entre os casais heterosexuais também aumentaram durante a quarentena. Apenas 21% dos homens afirmam que cozinham mais do que antes do início do confinamento.
De acordo com o levantamento do Ifop, a preparação das refeições ficou sob a responsabilidade de 60% das mulheres francesas durante a quarentena. Não é à toa que, neste período, 42% dos casais heterossexuais reconhecem ter vivenciado tensões devido às tarefas domésticas.
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