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Covid-19: um paciente dá entrada nas UTIs de Paris a cada 12 minutos

Arquivo - Na grande região parisiense, um paciente dá entrada nas UTIs a cada 12 minutos - Mehdi Taamallah/NurPhoto via Getty Images
Arquivo - Na grande região parisiense, um paciente dá entrada nas UTIs a cada 12 minutos Imagem: Mehdi Taamallah/NurPhoto via Getty Images

12/03/2021 06h49

Os principais jornais franceses de hoje tratam da situação alarmante da epidemia de covid-19 na França. O diário Le Parisien alerta para a situação que começa a se tornar caótica nos hospitais do país.

Na grande região parisiense, um paciente dá entrada nas UTIs a cada 12 minutos. Diante da situação, dezenas de doentes deverão ser transferidos para outras cidades. Para continuar tratando pessoas contaminadas pela covid-19, cerca de 40% das operações estão sendo adiadas nos hospitais parisienses.

A situação é "tensa e preocupante", disse o ministro francês da Saúde, Olivier Verán, em uma coletiva de imprensa, ontem. Na região parisiense, a mais populosa do país, 1.080 pessoas estão internadas em estado grave nas unidades de terapia intensiva - 4.000 pacientes em toda a França. O número se aproxima do pico de hospitalizações da segunda onda de covid-19, no início do segundo semestre de 2020.

No entanto, como lembrou a infectologista Karine Lacombe ao jornal Le Parisien, nesta época, o governo decretou um lockdown, o que ajudou a diminuir as contaminações e hospitalizações. Mas, por enquanto, as autoridades francesas descartam novas medidas, principalmente em Paris e região.

Propagação das variantes

O ministro francês da Saúde explicou que a lotação dos hospitais se deve às formas graves que os pacientes desenvolvem ao se contaminarem com as variantes do coronavírus. "A situação é mais preocupante do que parece", alerta o jornal Libération.

Olivier Verán afirma que se a epidemia continuar progredindo neste ritmo e se a pressão sanitária se acirrar, o governo vai anunciar novas medidas para frear a circulação do vírus e salvar vidas. "É preciso passar uma mensagem muito clara: se não nos cuidarmos, se não limitarmos nossos contatos, vamos bater contra o muro", declarou o ministro.

Aceleração da vacinação

Na tentativa de chegar ao final deste mês, quando começa a primavera no Hemisfério Norte, sem novas restrições, o governo tenta acelerar a campanha de vacinação na França. No entanto, o executivo francês não contava com um problema sendo assinalado por vários países europeus sobre o imunizante da AstraZeneca/Oxford, sublinha o jornal Le Figaro. Dinamarca, Islândia e Noruega decidiram suspender o uso deste produto depois que problemas graves de coagulação foram registrados em alguns pacientes.

"Na França, as autoridades não param de dizer que essa vacina é eficaz e é preciso utilizá-la", afirma Le Figaro. Ontem, o ministro francês da Saúde confirmou que o imunizante da AstraZeneca/Oxford continuará sendo administrado no país.

"Descartar essa vacina neste momento seria muito complicado", reitera a matéria. "Os médicos franceses receberão 1,6 milhão de doses do produto nos próximos dias e, a partir da próxima semana, farmacêuticos, enfermeiros e parteiras poderão administrar a vacina da AstraZeneca/Oxford", conclui o jornal Le Figaro.