Covid-19: um paciente dá entrada nas UTIs de Paris a cada 12 minutos
![Arquivo - Na grande região parisiense, um paciente dá entrada nas UTIs a cada 12 minutos - Mehdi Taamallah/NurPhoto via Getty Images](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/ff/2020/05/07/4mai2020---estatuas-usam-mascara-para-se-proteger-do-novo-coronavirus-ao-fundo-a-torre-eiffel-em-paris-na-franca-1588898674577_v2_450x450.jpg)
Os principais jornais franceses de hoje tratam da situação alarmante da epidemia de covid-19 na França. O diário Le Parisien alerta para a situação que começa a se tornar caótica nos hospitais do país.
Na grande região parisiense, um paciente dá entrada nas UTIs a cada 12 minutos. Diante da situação, dezenas de doentes deverão ser transferidos para outras cidades. Para continuar tratando pessoas contaminadas pela covid-19, cerca de 40% das operações estão sendo adiadas nos hospitais parisienses.
A situação é "tensa e preocupante", disse o ministro francês da Saúde, Olivier Verán, em uma coletiva de imprensa, ontem. Na região parisiense, a mais populosa do país, 1.080 pessoas estão internadas em estado grave nas unidades de terapia intensiva - 4.000 pacientes em toda a França. O número se aproxima do pico de hospitalizações da segunda onda de covid-19, no início do segundo semestre de 2020.
No entanto, como lembrou a infectologista Karine Lacombe ao jornal Le Parisien, nesta época, o governo decretou um lockdown, o que ajudou a diminuir as contaminações e hospitalizações. Mas, por enquanto, as autoridades francesas descartam novas medidas, principalmente em Paris e região.
Propagação das variantes
O ministro francês da Saúde explicou que a lotação dos hospitais se deve às formas graves que os pacientes desenvolvem ao se contaminarem com as variantes do coronavírus. "A situação é mais preocupante do que parece", alerta o jornal Libération.
Olivier Verán afirma que se a epidemia continuar progredindo neste ritmo e se a pressão sanitária se acirrar, o governo vai anunciar novas medidas para frear a circulação do vírus e salvar vidas. "É preciso passar uma mensagem muito clara: se não nos cuidarmos, se não limitarmos nossos contatos, vamos bater contra o muro", declarou o ministro.
Aceleração da vacinação
Na tentativa de chegar ao final deste mês, quando começa a primavera no Hemisfério Norte, sem novas restrições, o governo tenta acelerar a campanha de vacinação na França. No entanto, o executivo francês não contava com um problema sendo assinalado por vários países europeus sobre o imunizante da AstraZeneca/Oxford, sublinha o jornal Le Figaro. Dinamarca, Islândia e Noruega decidiram suspender o uso deste produto depois que problemas graves de coagulação foram registrados em alguns pacientes.
"Na França, as autoridades não param de dizer que essa vacina é eficaz e é preciso utilizá-la", afirma Le Figaro. Ontem, o ministro francês da Saúde confirmou que o imunizante da AstraZeneca/Oxford continuará sendo administrado no país.
"Descartar essa vacina neste momento seria muito complicado", reitera a matéria. "Os médicos franceses receberão 1,6 milhão de doses do produto nos próximos dias e, a partir da próxima semana, farmacêuticos, enfermeiros e parteiras poderão administrar a vacina da AstraZeneca/Oxford", conclui o jornal Le Figaro.
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