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Níger: série de ataques extremistas deixa pelo menos 130 civis mortos

O crescimento do número de ataques representa um grande desafio para o novo chefe de Estado, Mohamed Bazoum, que sucederá a Mahamadou Issoufou  - Boureima Hama/AFP
O crescimento do número de ataques representa um grande desafio para o novo chefe de Estado, Mohamed Bazoum, que sucederá a Mahamadou Issoufou Imagem: Boureima Hama/AFP

22/03/2021 15h24

Quase 130 pessoas morreram nos últimos seis dias em supostos ataques de extremistas islâmicos no oeste do Níger - 60 deles apenas no domingo (21), na região de Tahoua, segundo um balanço oficial.

Outros ataques também ocorreram em cidades na região de Tillabéri, em 15 de março, deixando 66 civis mortos, de acordo com um balanço divulgado pelo ministro do Interior, Alkache Alhada. Em seis dias, pelo menos 126 civis morreram no oeste do país.

O crescimento do número de ataques representa um grande desafio para o novo chefe de Estado, Mohamed Bazoum, que sucederá a Mahamadou Issoufou depois da confirmação, domingo (21), pelo Tribunal Constitucional do Níger, de sua vitória nas eleições de fevereiro.

No domingo (21), homens armados em motocicletas "atiraram em tudo que se movia" nas aldeias de "Intazayene, Bakorat e Wistane", bem como em "campos circundantes" na região de Tahoua, segundo as autoridades locais.

A região de Tahoua é vizinha de Tillabéri, e ambas estão situadas perto da fronteira com o Mali, na área conhecida como "três fronteiras", nos limites do Níger, Mali e Burkina Faso, regularmente atacada por grupos extremistas filiados à Al-Qaeda e ao grupo Estado Islâmico (EI).

País é alvo de ataques

Em 15 de março, supostos jihadistas realizaram vários ataques a veículos que voltavam do grande mercado semanal de Banibangou. Eles também atacaram a vila de Darey-Daye, matando seus habitantes e incendiando carros e celeiros. No total, foram registradas 66 mortes.

No mesmo dia, um ataque reivindicado pelo grupo EI contra o Exército do Mali nesta "zona de três fronteiras" deixou 33 soldados mortos. Até agora, a região de Tillabéri vem sendo palco dos ataques mais sangrentos.

Em 2 de janeiro, 100 pessoas foram mortas em ataques na área de Ouallam, Tillabéri, por homens armados que também chegaram em motocicletas. Mohamed Bazoum, eleito presidente em 21 de fevereiro, prometeu combater a insegurança no país, um dos mais pobres do mundo e que também enfrenta a rebelião do grupo jihadista nigeriano Boko Haram no sudeste. Após o massacre de 15 de março, o Exército nigeriano enviou reforços para Tillabéri.

Além disso, o Chade implantou um contingente de 1.200 soldados na área das três fronteiras, no âmbito do dispositivo antijihadista "G5 Sahel" que agrupa cinco países (Mauritânia, Mali, Burkina Faso, Nìger e Chade) desde 2017. Da mesma forma, Nìger, Mali e Burkina Faso contam com o apoio da operação antijihadista francesa Barkhane, com 5.100 soldados na região africana do Sahel.