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Maquinista e assistente envolvidos em acidente de trem no Egito não estavam na cabine, diz Procuradoria

Em 26 de março, uma colisão entre dois trens de passageiros deixou pelo menos 20 mortos e 199 feridos - STRINGER/REUTERS
Em 26 de março, uma colisão entre dois trens de passageiros deixou pelo menos 20 mortos e 199 feridos Imagem: STRINGER/REUTERS

11/04/2021 12h07

O maquinista do trem envolvido em uma colisão no sul do Egito no final de março e seu assistente não estavam no posto durante o acidente, disse o Ministério Público egípcio neste domingo (11).

Em 26 de março, uma colisão entre dois trens de passageiros deixou pelo menos 20 mortos e 199 feridos, segundo um balanço atualizado divulgado por autoridades judiciárias do Egito neste domingo. Esse tipo de catástrofe ferroviária é recorrente nesse país do Oriente Médio.

De acordo com os investigadores citados pela Procuradoria-Geral da República, o maquinista do trem e seu assistente "não se encontravam na cabine de pilotagem, como afirmam" no momento da colisão com outro comboio que se encontrava estacionado à sua frente. Ao mesmo tempo, a Procuradoria especifica em seu comunicado que o auxiliar do trem imobilizado e um dos agentes de controle do tráfego que estava nas redondezas haviam consumido drogas. O primeiro ingeriu haxixe e tramadol, um analgésico da classe dos opioides, enquanto o segundo também apresentou traços de tramadol no organismo.

Depois do trágico acidente, o ministro egípcio dos Transportes, Kamel el-Wazir —um ex-general nomeado após outro acidente fatal em 2019 —, disse que o "fator humano" costuma estar na origem dos desastres ferroviários. Ele prometeu instalar uma rede automatizada até 2024. O presidente Abdel Fattah Al-Sisi se comprometeu, por sua vez, a punir os responsáveis pela tragédia.

Pelo menos oito pessoas, incluindo o maquinista e seu assistente, foram presas logo após o desastre. Imagens filmadas por uma câmera de vigilância e vistas pela agência AFP mostram uma colisão extremamente violenta na qual um dos vagões é projetado no ar, formando uma enorme nuvem de poeira. O desastre ocorreu no vilarejo de al-Samaa Gharb, localizado a 460 km ao sul da cidade do Cairo.

Os graves e frequentes acidentes rodoviários e ferroviários vistos no Egito ocorrem em decorrência de um tráfego anárquico, de carros vetustos ou estradas e ferrovias mal cuidadas e mal supervisionadas. A tragédia ferroviária mais mortal da história do país ocorreu em 2002, com um incêndio em um trem que matou mais de 360 ??pessoas a cerca de 40 quilômetros ao sul do Cairo.

Com informações da AFP