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França: Festival de Angoulême celebra interesse de Picasso pelos quadrinhos

16/06/2021 17h05

A exposição "Picasso e os Quadrinhos", a primeira a destacar o gosto do pintor espanhol por esta que é considerada a "nona arte", abre suas portas nesta quarta-feira (16) até 2 de janeiro de 2022 na Cidade internacional dos quadrinhos e imagens de Angoulême.

"Esta exposição mostra como a história em quadrinhos atravessa de forma sutil toda a obra de Picasso", comentou Pierre Lungheretti, gerente geral da Cidade internacional dos quadrinhos de Angoulême, que recebe o público a partir de 19 de maio, após mais de seis meses de fechamento impostos pela crise da Covid-19.

A exposição, apresentada no ano passado no Museu Nacional Picasso-Paris, destaca 150 obras, incluindo cerca de 30 do pintor espanhol. Elas vêm principalmente dos museus Picasso em Paris e Barcelona, ??bem como da coleção pessoal do pintor.

Entre as obras apresentadas estão cadernos, esquetes e caricaturas de Pablo Picasso inspiradas nos quadrinhos. "Quando criança, Picasso já produzia pequenas séries de imagens narrativas mesclando textos e desenhos", diz Anne Hélène Hoog, diretora do museu de histórias em quadrinhos de Angoulême.

A exposição também mostra jornais de histórias em quadrinhos lidos pelo pintor, como L'Epatant ou Pulgacito. "Picasso leu quadrinhos nos jornais que seus amigos lhe emprestaram e se inspirou muito nesse imaginário popular", conta Anne Hélène Hoog.

Esta inspiração está expressa na série de gravuras de 1937 intitulada Sueño y mentira de Franco, uma das principais obras da exposição sobre a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). "Essas gravuras em caixas sucessivas traduzem a ideia de uma história fragmentada a ser refeita, como no cubismo", analisa a diretora do museu.

A última parte da exposição relata a presença de Pablo Picasso nos quadrinhos contemporâneos. A figura do pintor espanhol encontra-se nos desenhos de autores como Philippe Geluck, Philippe Dupuis ou Daniel Torres.

"Esta exposição destaca o desenhista Pablo Picasso, imbuído da cultura popular da sua época. Prova que Picasso não é apenas um pintor de gênio, mas que a sua obra pertence à cultura de todos", conclui Anne Hélène Hoog.

(Com AFP)