Covid: País mais vacinado do mundo, Portugal estuda volta da máscara
O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu o retorno do uso obrigatório da máscara em espaços abertos. O governo estuda restabelecer outras restrições, temendo principalmente a aproximação das festas de fim de ano, devido à quinta onda de Covid-19 na Europa. Já a Irlanda decidiu reinstaurar o toque de recolher a meia-noite para bares e restaurantes, além de incitar o regime de home office para limitar as aglomerações.
Portugal, o país mais vacinado do mundo contra a covid-19, estuda novas restrições para fazer face a um recrudescimento da epidemia marcado pelo aumento das hospitalizações e do número de casos. A volta do uso da máscara obrigatória ao ar livre, introduzida em outubro de 2020, havia sido suspensa em 13 de setembro. Atualmente, o número de novos casos diários em Portugal gira em torno de 1.600 enquanto "há um ano tínhamos de 5 a 6 mil", enquanto o número de óbitos "é inferior a 20 contra cerca de 80", lembrou o chefe de Estado.
O primeiro-ministro socialista de Portugal, Antônio Costa, também deu a entender nesta terça-feira (17) que o país poderia reinstaurar algumas medidas, especialmente nas vésperas das festas de final de ano. Assim como o número de novas infecções diárias, que atingiu o pico de 1.816 no sábado (13), as hospitalizações também aumentaram em Portugal, que contabilizou 486 pessoas hospitalizadas na terça-feira, incluindo 80 em cuidados intensivos.
"Temos de agir agora (...) Quanto mais tarde agirmos, mais riscos haverá", alertou Costa, ao mesmo tempo em que excluiu a possibilidade de retomar o estado de emergência que esteve em vigor há cerca de seis meses, entre novembro e abril. Portugal "ainda está muito longe do que acontece hoje no resto da Europa", sublinhou Costa sobre a quinta onda de covid-19, acrescentando que, no entanto, ele acompanha "com atenção" a evolução da situação da saúde no continente. Com 10 milhões de habitantes, Portugal registou mais de 1,1 milhão de casos e 18.274 mortes desde o início da pandemia.
Novas restrições na Irlanda
A Irlanda restabelece as medidas de restrição a partir de sexta-feira (19). As novas medidas afetam principalmente o setor de lazer. Bares, restaurantes e discotecas terão de encerrar suas atividades à meia-noite, menos de um mês após o último toque de recolher. O atestado sanitário, antes reservado à hotelaria e válido apenas para vacinados, agora está sendo estendido para teatros e cinemas.
Além disso, o governo irlandês recomenda fortemente que aqueles que podem fazê-lo comecem a trabalhar em home office a partir de sexta-feira. O primeiro-ministro da Irlanda, Michael Martin, em um discurso na televisão, lembrou a todos de sua obrigação de reduzir a interação social.
É uma obrigação "moral, não legal", uma vez que as contaminações na Irlanda atingem os níveis de fevereiro passado, em meados da terceira onda de Covid, que se não for interrompida agora, em breve obrigará os hospitais a interromperem o tratamento de casos médicos menos urgentes.
Desde março de 2020, a Irlanda impôs no total 11 meses de confinamento à população. O apoio financeiro para a retomada depois da pandemia vai parar a partir desta semana, mas o primeiro-ministro irlandês não descarta novas medidas mais restritivas nas próximas semanas se a situação de saúde continuar a piorar.
O contexto na Alemanha também é preocupante. A chanceler alemã Angela Merkel alertou nessa quarta-feira (17) sobre a urgência para que os que ainda não foram imunizados sejam vacinados.
A Alemanha, maior país do bloco europeu, vem registrando recordes diários de contaminações, com mais de 52 mil novos casos por dia. Já na França, onde quase 20 mil novos casos estão sendo contabilizados diariamente, as autoridades alertam que a quinta onda da pandemia não apenas já chegou no país, como deve se acelerar nos próximos dias.
Com informações da AFP e de Emeline Vin, correspondente da RFI em Dublin
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