Rússia poderia invadir Ucrânia no fim de janeiro, diz ministro da Defesa ucraniano
Os russos já posicionaram mais de 94 mil soldados perto das fronteiras ucranianas e poderiam preparar uma invasão no fim de janeiro, disse o ministro ucraniano da Defesa Oleksii Reznikov, diante do Parlamento de Kiev nesta sexta-feira (3). Ele disse que o país estaria pronto para um contra-ataque.
"Nossos serviços secretos analisam todos os cenários, até o pior", declarou Reznikov. "Eles notam que existe a possibilidade de uma escalada de grandes porporções por parte da Rússia. O momento mais provável é final de janeiro", declarou.
A Ucrânia também anunciou hoje que recusa "categoricamente" todo tipo de compromisso que vise o abondono de seu projeto de adesão à OTAN e garantias exigidas pela Rússia. A declaração foi feita nesta sexta-feira (3) por Dmytro Kouleba, ministro das Relações Exteriores do país, à margem da reunião ministerial da OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa), em Estocolmo, na Suécia, um dia após o encontro entre os EUA e a Rússia.
O ministro ucraniano pediu que os Estados Unidos e seus aliados recusem as exigências feitas por Moscou para amenizar as tensões na fronteira ucraniana. "Eu rejeito a ideia de que devemos dar qualquer garantia à Rússia. Eu insisto: é a Rússia que deve garantir que não continuará sua agressão contra nenhum país", afirmou.
Videoconferência
Paralelamente, a Rússia e os Estados Unidos pretendem organizar uma nova videoconferência entre os presidentes russo, Vladimir Putin, e o americano, Joe Biden, indicou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, nesta sexta-feira. De acordo com ele, a data do encontro virtual ainda não foi decidida.
O vice-ministro russo das Relações Exteriores, Sergueï Riabkov, afirmou nesta quinta-feira (2) que um contato entre os presidentes russo e americano poderia acontecer nos próximos dias, sem dar maiores detalhes.
O anúncio acontece um dia depois do encontro entre o chefe da diplomacia russa, Sergueï Lavrov, e o secretário de Estado americano, Antony Blinken.
Blinken retomou o tom adotado na quarta-feira quando, em uma reunião da Otan em Riga, expressou preocupação sobre "evidências" de que a Rússia teria planos de lançar "ações agressivas contra a Ucrânia". Ele também alertou, nesta quinta-feira, que se a Rússia buscar o confronto, sofrerá "graves consequências", depois de ameaçar Moscou com duras sanções na quarta-feira.
Retirada das tropas
Blinken, no entanto, afirmou que estava disposto a "facilitar" a implementação dos acordos de Minsk, firmados após a Rússia anexar a Crimeia em 2014 e que visam resolver o conflito no leste da Ucrânia entre Kiev e separatistas pró-russos. No entanto, eles nunca foram totalmente aplicados.
Depois de listar as cláusulas dos acordos afirmando que Moscou não as respeitou, o secretário de Estado americano acrescentou que "a melhor forma de prevenir uma crise é a diplomacia". Em seu discurso, Blinken também pediu à Rússia que retire as tropas, que, segundo os ocidentais, estão destacadas na fronteira com a Ucrânia.
Lavrov, no entanto, acusou a Otan de "trazer sua infraestrutura militar para mais perto das fronteiras russas". O ministro russo também se opôs a uma eventual expansão da Aliança Atlântica para o leste, que incluiria a Ucrânia, mas disse que estava aberto ao diálogo.
Medidas dissuasivas
Nesta quinta-feira, Blinken também se reuniu na capital sueca com seu colega ucraniano, Dmitro Kouleba, que reiterou seu pedido de implementação de "medidas dissuasivas" para que o presidente russo Vladimir Putin "pense duas vezes antes de recorrer à força militar".
Desde novembro, Kiev e seus aliados ocidentais alertam para um reforço das tropas russas na fronteira com a Ucrânia e a possibilidade de uma invasão durante o inverno.
Além da questão da Ucrânia, as últimas semanas foram marcadas pela crise migratória na fronteira de Belarus com a União Europeia e uma breve escalada dos confrontos entre a Armênia e o Azerbaijão, todos países membros da OSCE.
(*Com informações da AFP)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.