Brasileiro que vai combater na Ucrânia: 'Não pode ficar de braços cruzados'
Fausto Henry, de 36 anos, vai deixar o Brasil em breve para ir lutar contra as forças russas na Ucrânia. O brasileiro diz que não pode "ficar de braços cruzados" diante de "um povo inocente que está morrendo".
À RFI ele contou que está disposto a colocar a própria vida em risco por "temer as ambições mundiais e as ameaças de Vladimir Putin".
Dois dias depois do início da invasão russa, na semana passada, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu ajuda aos europeus com experiência em combate.
No último domingo (27), o pedido foi estendido a todos os estrangeiros que quiserem "resistir aos ocupantes russos". O objetivo é formar uma "legião internacional" e convencer Moscou a recuar.
O apelo de Zelensky também chegou ao Brasil. Fausto Henry vai deixar o país em breve para ir lutar contra o exército de Putin. O brasileiro está ciente do poderio da Rússia e acredita que o envio de equipamento de guerra a Kiev pela Europa é insuficiente.
"A Ucrânia precisa da gente. Esse suporte de material bélico não vai adiantar se não houver 'mão humana'. É preciso gente, voluntários para utilizar esse material. O efetivo da Ucrânia é pequeno em relação à Rússia. A Rússia possui hoje 900 mil homens contra 200 mil da Ucrânia", explicou.
Fausto Henry fez o serviço militar no Brasil e é instrutor de armamento e tiro. Em 2020, ele já havia se alistado na Guarda Nacional Ucraniana e esteve em Odessa, no sudoeste da Ucrânia, durante um ano.
"É um povo sofrido, é um povo que precisa de ajuda. Decidi [ir] porque estive no território ucraniano e acho que pela experiência que tenho de combate, uma experiência de terreno, sei onde estou pisando", afirma.
Disposto a morrer
O brasileiro admitiu estar disposto a morrer para ajudar o povo ucraniano e para evitar "algo pior". "Infelizmente Putin está posicionando armas nucleares. A intenção dele é tomar conta do país. Essa guerra está acontecendo desde 2014", alertou.
Fausto vai viajar com mais 14 homens com experiência militar. Entre eles, cinco já atuaram em solo ucraniano. Todos os gastos são arcados pelos próprios voluntários.
Segundo o instrutor, a quantidade de brasileiros interessados em ir ajudar a Ucrânia é muito maior, mas o alto custo os impede de investir na iniciativa.
"Temos um grupo de mais de 6 mil pessoas voluntárias, mas eles não têm recursos financeiros. São médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem. Estamos pensando em fazer uma vaquinha e divulgar nosso plano no Brasil para poder levar [à Ucrânia] essas pessoas dispostas ao combate", reiterou.
O brasileiro não se surpreende com a quantidade de conterrâneos sensibilizados com a guerra no leste da Europa.
"Estamos vendo esse povo inocente morrendo e a gente vai fazer o que puder. A intenção hoje de Putin é atacar o mundo e a gente não pode ficar de braços cruzados", concluiu.
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