Covid-19: China sanciona funcionários por 'negligência' na gestão epidêmica
O governo chinês continua defendendo sua polêmica política de "Covid Zero" e a adoção de medidas restritivas, como confinamentos direcionados, testes em massa e fechamento de fronteiras. O país decidiu punir vários responsáveis que não respeitaram as regras estipuladas para evitar a propagação do SARS-CoV-2.
O número de contaminações continua a subir, de acordo com dados oficiais divulgados nesta quinta-feira (26) e, desde o início de abril, cerca de 1.600 pessoas testaram positivo na capital. Neste contexto, a prefeitura de Pequim anunciou o afastamento de Yu Luming, responsável pelo setor da Saúde, alvo de investigações por "violações graves da disciplina e da lei", segundo a agência oficial Nova China.
Além dele, outros responsáveis de três distritos da cidade e duas empresas também foram alvo de sanções envolvendo dois focos de propagação recentes, de acordo com o jornal Global Times. Um deles estava relacionado à empresa China Railway Corporation, que autorizou a saída de funcionários que trabalhavam em uma área de controle e de prevenção da Covid-19.
O outro caso citado é o de uma sucursal da plataforma de entregas Yunda Express, que não teria organizado testes para detectar o SARS-CoV-2 em seus empregados, como exigem as autoridades do país. Outras sanções também atingem funcionários de departamentos de supervisão industrial e prevenção da epidemia.
Desde a aparição da Covid-19 em Wuhan, em 2020, a China vem sancionando responsáveis locais com uma certa regularidade. Isso contribui para que as medidas rígidas, que levam ao confinamento de bairros inteiros, sejam seguidas à risca.
Em Xangai, pelo menos 15 oficiais foram punidos pela resposta considerada "insuficiente e caótica", durante a onda provocada pela variante ômicron. A mídia local chegou a questionar se Li Qiang, secretário do Partido Communista da cidade, seria mantido no cargo.
Reabertura parcial
No domingo, a cidade de 25 milhões de habitantes retomou parcialmente o transporte público, em meio a uma reabertura gradual, após passar dois meses isolada do mundo pelo surto de Covid-19 no território.
A maior cidade da China está em lockdown praticamente total desde abril, quando se tornou epicentro do pior surto de coronavírus do país, desde o início da pandemia.
Com a queda no número de casos, Xangai começou a aliviar as restrições. Assim, algumas fábricas vão retomando suas operações, enquanto moradores de áreas de baixo risco epidemiológico já podem sair às ruas.
Quatro das 20 linhas de metrô da cidade voltaram a circular neste domingo, junto com parte do transporte rodoviário, conforme antecipado pelas autoridades esta semana. Para usar o transporte público, é necessário apresentar um teste negativo de Covid-19, feito pelo menos 48 horas antes, e ter uma "temperatura (corporal) normal".
Paralelamente, o distrito central de Jing'an voltou ao confinamento e enfrentará três rodadas consecutivas de testes em massa. Enquanto isso, seus moradores não poderão sair de casa.
Desafios econômicos
O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, alertou que a segunda maior economia do mundo, atingida por duras restrições anticovid, enfrenta desafios "mais significativos" do que na primeira onda da pandemia de coronavírus.
As restrições recentes impostas em dezenas de cidades, incluindo grandes centros industriais como Shenzhen e Xangai, interromperam as cadeias de produção e fizeram despencar os indicadores econômicos para os níveis mais baixos em dois anos. "Estamos atualmente em um momento crítico para determinar a tendência econômica para todo o ano", declarou Li à Xinhua.
As vendas no varejo caíram 11% em abril em relação ao ano anterior e a produção industrial contraiu 2,9%, os piores dados desde a primeira onda da pandemia. Além disso, o desemprego urbano voltou à sua taxa de fevereiro de 2020, ameaçando a meta de crescimento anual de 5,5% estabelecida pelas autoridades.
Em março e principalmente em abril, indicadores como emprego, produção industrial, consumo de eletricidade ou transporte de mercadorias caíram "significativamente", disse Li, enfatizando a importância de coordenar o controle do vírus com o desenvolvimento econômico.
*RFI e AFP
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