Rússia testa míssil balístico intercontinental com capacidade para 10 ogivas nucleares
A Rússia anunciou neste domingo (5) que testou com sucesso um míssil balístico intercontinental capaz de transportar ogivas nucleares, proveniente de um submarino nuclear de 4ª geração. O lançamento do míssil Bulava, o primeiro em cerca de um ano, ocorre pouco depois de a Rússia ter revogado a ratificação do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT).
"O novo submarino nuclear estratégico Imperador Alexandre III disparou com sucesso o míssil balístico intercontinental Bulava" do Mar Branco, afirmou o Ministério da Defesa russo em um comunicado. O míssil atingiu seu alvo localizado em um campo de testes na Península de Kamchatka, no Extremo Oriente da Rússia, "dentro do cronograma", afirma o texto.
Com alcance de 8 mil quilômetros e medindo 12 metros de comprimento, o Boulava (SS-NX-30 na classificação da Otan) pode ser equipado com até dez ogivas nucleares. O submarino Imperador Alexandre III, da classe Borei, está equipado com 16 mísseis Bulava, de acordo com o Exército russo.
Desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, tem criticado o uso de armas nucleares, mas implantando armas nucleares tácticas em Belarus, o aliado mais próximo de Moscou.
Na quinta-feira (2), Putin promulgou uma lei que revoga a ratificação pela Rússia do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares, em um contexto de conflito na Ucrânia e de crise com o Ocidente.
Tratado nunca entrou em vigor
Aberto para assinatura em 1996 e ratificado pela Rússia em 2000, este tratado nunca entrou em vigor porque até agora só foi ratificado por muitos poucos Estados entre os 44 países que possuíam instalações nucleares no momento da redação do documento. Os Estados Unidos, por exemplo, não o ratificaram.
A Rússia, no entanto, pretende "continuar a respeitar a moratória sobre os testes nucleares", apesar desta revogação, garantiu sexta-feira (3) o Ministério russo de Assuntos Estrangeiros.
(Com informações da AFP)
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