Grupo de luxo francês LVMH teve "mais um ano recorde" e lucrou mais de R$ 80 bilhões em 2023
A LVMH, empresa francesa que é protagonista do setor do luxo no mundo, publicou nesta quinta-feira (25) novos resultados recordes em 2023, com € 86,2 bilhões em vendas e € 15,2 bilhões (cerca de R$ 81 bilhões, pelo câmbio de hoje) em lucro líquido. O grupo também anunciou a entrada dos dois filhos de Bernard Arnault, atual presidente e diretor da empresa, no conselho de administração.
O grupo que detém, entre outras, as marcas Louis Vuitton, Dior, Tiffany e Moët & Chandon, fala em "mais um ano recorde", com vendas que aumentaram 9% e lucro líquido de 8%, "num ambiente, no entanto, conturbado".
Desde o terceiro trimestre, o mercado de luxo desacelerou seu crescimento na Europa e nos Estados Unidos, e não evoluiu como esperado na China.
A rentabilidade é estável, com uma margem operacional atual de 26,5%.
"Para 2024, devemos continuar o crescimento iniciado em 2023", garantiu Bernard Arnault, durante a apresentação dos resultados.
A LVMH continua sendo impulsionada pela sua principal divisão de moda e artigos de couro (Louis Vuitton, Dior, Celine, Fendi, etc), cujas vendas aumentaram 9%, atingindo € 42,2 bilhões.
A Louis Vuitton teve "um ano excelente", de acordo com o comunicado de imprensa. Nicolas Ghesquière, para as coleções femininas, renovou o contrato por cinco anos, e 2023 foi o ano de estreia de Pharell Williams na Luis Vuitton para homens.
"A rede Vuitton é a única no mundo a nunca fazer liquidações, é único", sublinhou Bernard Arnault.
A Dior, dirigida durante um ano por sua filha mais velha, Delphine Arnault, na alta costura, "não consegue fabricar tudo" diante da procura, segundo o CEO, garantindo que "hoje, os produtos mais sofisticados, são os que têm mais demanda no mundo".
A distribuição seletiva aumentou 20% chegando a € 17,9 bilhões em vendas, principalmente graças a "um desempenho notável" da marca de perfumaria Sephora, "que conseguiu superar todas as nossas previsões", sublinhou Bernard Arnault.
Relógios e joias cresceram 3%, aproximando-se dos € 11 bilhões de faturação. A Tiffany reabriu com sucesso a sua flagship na 5ª Avenida, em Nova York, em 2023, a Bulgari teve "forte crescimento" e a Tag Heuer "atingiu um recorde de vendas".
Perfumes e cosméticos alcançaram um crescimento de 7% chegando a € 8,3 bilhões em vendas, com um "desempenho notável" da Christian Dior.
Empresa familiar
À margem do anúncio dos resultados, a LVMH anunciou que dois filhos de Bernard Arnault, Alexandre, 31, e Frédéric, 29, seriam propostos ao conselho de administração na próxima assembleia geral do grupo, em abril. Eles se juntarão aos dois filhos mais velhos do bilionário, Antoine e Delphine, que começaram na mesma idade dos irmãos. Jean, o último de cinco irmãos, continua sendo o único que não faz parte do conselho de administração.
"Quando você entra na LVMH, você entra em uma família", afirmou Bernard Arnault, 74 anos, sublinhando que a chegada dos filhos ao conselho de administração "rejuvenesce os executivos, mesmo que não tenha planos de sair a curto ou médio prazo. Estou aqui por mais algum tempo."
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Quero receberO ex-CEO da seguradora Axa e atual presidente do Instituto Montaigne, Henri de Castries, 69 anos, também deverá integrar o conselho.
Nicolas Bazire, "leal há 25 anos" a Bernard Arnault não renovará seu mandato no órgão de administração. Em meados de janeiro, dois outros leais seguidores do CEO anunciaram uma transferência que será efetiva em 1º de fevereiro. Michael Burke, 66 anos, conselheiro de Bernard Arnault desde 2023, depois de ter sido CEO da Louis Vuitton durante 10 anos, foi nomeado CEO do LVMH Fashion Group, uma divisão que reúne várias marcas LVMH (Celine, Givenchy, Loewe, Kenzo, entre outras). Ele sucede a Sidney Toledano, de 72 anos, que, após 20 anos à frente da Dior, ocupava o cargo desde 2018 e foi nomeado conselheiro de Bernard Arnault.
No início de janeiro, a LVMH, que também será patrocinadora premium dos Jogos Olímpicos deste ano, anunciou a nomeação de Frédéric Arnault, filho de Bernard, como chefe de uma nova divisão de relógios do grupo. No final de novembro, seu irmão mais velho, Antoine Arnault, declarou que estava deixando a direção geral da Berluti, da qual continua presidente.
(Com AFP)
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