Macron diz que França está "ao lado" do Brasil para construção de submarinos

O presidente Emmanuel Macron disse nesta quarta-feira (27) que a França estava "ao lado" do Brasil na construção dos seus submarinos, uma cooperação de longa data que inclui o desenvolvimento de um submersível movido a energia nuclear.

 

"Espero que abramos o capítulo para os novos submarinos, o quarto, o quinto, mas (...) que enfrentemos a propulsão nuclear respeitando perfeitamente todos os mais rigorosos compromissos de não proliferação", disse durante o lançamento do submarino franco-brasileiro Toneleiro, com propulsão convencional em Itaguaí, no Rio de Janeiro.

O submarino foi batizado pela primeira-dama Janja, antes de ser lançado ao mar, como manda a tradição da Marinha do Brasil.

"Essa estrutura existe, é possível. Você quer. A França estará ao seu lado", acrescentou, mas sem anunciar uma colaboração específica para ajudar Brasília a desenvolver a propulsão nuclear.

O Brasil busca convencer Paris a aumentar suas transferências de tecnologia para ajudá-lo a integrar o reator ao submarino. O governo brasileiro também quer que a França venda equipamentos ligados à propulsão nuclear (turbina, gerador).

Brasil quer tecnologia nuclear

Ao lado de Macron durante a cerimônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou o pedido.

"Se o Brasil quer ter acesso ao conhecimento da tecnologia nuclear, não é para fazer a guerra. Queremos que esse conhecimento garanta a todos os países que desejam a paz que o Brasil estará ao seu lado", disse Lula.

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O Tonelero, lançado nesta quarta-feira, é o terceiro de quatro submarinos  Scorpènes com motor convencional a propulsão diesel-elétrica previstos no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), uma parceria entre o Brasil e a França, assinada em 2008, com um orçamento de aproximadamente R$ 40 bilhões. O último, o Angostura, deverá ser lançado em 2025.

Além disso, o acordo deverá permitir ao Brasil projetar e construir seu primeiro submarino de ataque nuclear, o Álvaro Alberto.

O empresa de defesa naval francês Naval Group está prestando assistência técnica para o projeto, exceto para sua parte nuclear. A sala das caldeiras nucleares será projetada pelos brasileiros. O projeto está acumulando atrasos.

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