Pane global de operações digitais afeta serviços pelo mundo, de aeroportos a bolsas de valores

Uma pane informática de grandes proporções afeta o funcionamento de diversos serviços e aeroportos pelo mundo nesta sexta-feira (19). O transporte ferroviário, empresas de telecomunicações, bancos, veículos de comunicação e até a organização dos Jogos Olímpicos de Paris são atingidos.

As interrupções parecem ter sido causadas por uma pane que abalou os serviços na nuvem da Microsoft e a plataforma Crowdstrike Falcon, projetada para bloquear violações de segurança cibernética. Em mensagem gravada vista pela Reuters, a Crowdstrike relacionou seus problemas a falhas no sistema operacional Windows, da Microsoft.

Não há indicação, por enquanto, de que o problema foi resultado de um ataque cibernético, disse a coordenadora de segurança cibernética do Exército australiano, Michelle McGuinness, na plataforma X.

A interrupção afeta aeroportos e companhias aéreas. Na Europa, muitos aeroportos relatam perturbações na Espanha, França, Reino Unido, República Tcheca, Bélgica e Holanda, como o de Schiphol, em Amsterdã. As companhias Air France-KLM e Ryanair alertaram os seus clientes sobre perturbações em determinadas escalas.

"Neste momento, só temos a informação de que tivemos um incidente técnico e que, em consequência, há atrasos no check-in e que o serviço aéreo teve de ser suspenso até às 10h (5h em Brasília)", explicou o porta-voz do aeroporto de Berlim, sem especificar a natureza exata da pane.

A gestora de aeroportos espanhola Aena, principal operadora aeroportuária mundial em número de passageiros, reportou possíveis "atrasos" numa mensagem na rede social X. Nos Estados Unidos, American Airlines, Delta Airlines e United Airlines solicitaram que seus voos fizessem escalas não programadas. Na Ásia, três companhias aéreas indianas informaram estar com problemas.

Pane generalizada

Mas o fenômeno não afeta apenas o setor aéreo: o principal operador ferroviário britânico, os ferries do porto de Calais, a plataforma de informação e dados Workspace e a operadora da Bolsa de Valores de Londres também registram grandes dificuldades.

Na França, os canais de televisão TF1 e Canal+ estão com interrupção da transmissão. O comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 também encontra problemas.

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"Nenhum elemento no estado atual" sugere um "ataque cibernético" relativo ao colapso de certos serviços da gigante tecnológica americana Microsoft, disse à AFP a Agência Francesa de Segurança Informática (Anssi). "A Anssi foi informada de manhã sobre a falha informática que afeta inúmeras entidades em todo o mundo. As equipes estão totalmente mobilizadas para identificar e apoiar as instituições afetadas na França e compreender, em conjunto com os envolvidos, a origem desta interrupção. Não há evidências atuais de que esta interrupção seja o resultado de um ataque cibernético", afirmou a agência, em comunicado.

A maior operadora ferroviária britânica falou em "potenciais cancelamentos de última hora", com as empresas impossibilitadas de acessar determinados sistemas relativos ao tráfego.

"Outros sistemas importantes, incluindo as nossas plataformas de informação ao cliente em tempo real, também estão afetados", continua a mensagem, que pede aos passageiros para verificar a situação antes da viagem.

Microsoft trabalha para resolver problema

A Microsoft disse que está tomando "medidas de mitigação" enquanto resolvia o problema. Em uma mensagem intitulada "Degradação de serviço", a empresa afirma que os usuários "podem não conseguir acessar vários aplicativos e serviços do Microsoft 365".

A empresa acrescenta que permanece "mobilizada para resolver este evento com a mais alta prioridade e urgência, ao mesmo tempo que continua a abordar o impacto nos demais aplicativos do Microsoft 365 que se encontram num estado degradado".

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A pane mundial causa queda nas bolsas nesta sexta-feira, em meio a muitas incertezas econômicas e políticas. O problema chegou a impedir que os índices das bolsas de Londres e Milão apresentassem a sua taxa de variação no horário habitual de abertura, às 9h. Os valores começaram a aparecer com cerca de vinte minutos de atraso.

Com AFP e Reuters

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