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EUA reforçam contingente no Oriente Médio após morte de líder do Hamas no Irã

Após o assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, nesta quarta-feira (31) em Teerã, o Irã, aliado dos dois movimentos, prometeu reagir. O país alertou neste sábado (3) que o Hezbollah "não se limitaria a alvos militares" em sua represália a Israel. Os Estados Unidos anunciaram que vão reforçar o contingente na região para proteger o aliado.

Diante da "possibilidade de escalada regional do Irã e seus aliados", Washington anunciou na sexta-feira (2) "uma mudança na postura militar dos Estados Unidos". As medidas visam "melhorar a proteção das forças armadas dos americanas, aumentar o apoio à defesa de Israel e garantir que os Estados Unidos estejam preparados para qualquer eventualidade".

Em um comunicado divulgado neste sábado, a Guarda Revolucionária, o Exército ideológico da República Islâmica, informou que Ismail Haniyeh foi morto por um "projétil de curto alcance", disparado contra sua residência em Teerã, em uma operação que o Irã atribui a Israel.

"De acordo com as investigações, [...] o disparo foi feito por uma ogiva de cerca de 7 quilos, do lado de fora do quarto dos hóspedes, causando, uma forte explosão", diz o texto divulgado pela agência oficial IRNA. Israel teria recebido o "apoio dos Estados Unidos" na operação, afirma a Guarda Revolucionária iraniana.

O líder político do Hamas foi enterrado nesta sexta-feira (2) em um cemitério perto de Doha, no Catar, onde ele morava. Irã, Hamas e Hezbollah culparam Israel pelo assassinato, que ocorreu um dia depois de um outro ataque israelense, que matou o líder militar do movimento islâmico libanês, Fuad Chokr, perto de Beirute.

"Os dois ataques geram temores de uma extensão da guerra entre Israel e o Irã e os grupos que apoiam o país: Líbano, Síria, Iraque e Iêmen. Mas nenhuma das partes, nem mesmo o Irã, o Hezbollah ou Israel, quer uma guerra regional ou total. E para evitá-la, deve haver o menor número possível de vítimas israelenses", analisa a jornalista Sofia Amara, especialista em Oriente Médio.

Segundo a embaixada do Irã nas Nações Unidas, o Hezbollah deverá atacar áreas "profundas" em território israelense e "não se limitar a alvos militares". Até agora, "o Hezbollah e o regime [israelense] respeitavam certos limites que foram ultrapassados no ataque da noite de terça-feira", acrescentou a agência de notícias oficial IRNA.

O movimento xiita, aliado do Hamas, tem trocado tiros com o Exército de Israel ao longo da fronteira israelense-libanesa quase diariamente desde o início da guerra em Gaza, que foi desencadeada pelo ataque do movimento palestino em 7 de outubro.

Tel Aviv e Haifa estão na mira do Hezbollah

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, ameaçou Israel com uma "punição severa", e o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, disse que a "resposta será inevitável". A capital Tel Aviv e a cidade de Haifa estariam entre os alvos, segundo uma notícia divulgada pelo jornal ultraconservador iraniano Kayhan, neste sábado (3).

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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirma que Israel está preparado para enfrentar qualquer cenário, "tanto defensivo quanto ofensivo". Em 13 de abril, Teerã lançou um ataque sem precedentes com drones e mísseis em território israelense, em retaliação a um ataque ao consulado iraniano em Damasco em 1º de abril, atribuído a Israel.

A Suécia anunciou no sábado o fechamento de sua embaixada em Beirute depois de aconselhar milhares de seus cidadãos a deixar o país. A aviação civil no país negou ter cancelado todos os serviços para Beirute, mas as companhias Air France e a Transavia estenderam a suspensão de suas rotas com a capital libanesa até pelo menos terça-feira (6).

(RFI e AFP)

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